segunda-feira, 30 de abril de 2012

AZULEJARIA NA VILA BEATRIZ

 Vila Beatriz

«Rua José Joaquim Ribeiro Teles
Mandada construir por Amadeu Vilar dentro de um gosto ecléctico, possui as características da “casa portuguesa” de anos 20, tendo sido enriquecida por painéis de azulejos azuis e brancos da fábrica Aleluia de Aveiro. Pertenceu posteriormente ao industrial Luís Soares. Foi readaptada a Centro Sócio-Cultural e Piscina Municipal inauguradas a 19 Novembro de 1989, tendo sofrido melhorias e acrescentos em 2005».*



AZULEJARIA PORTUGUESA NA VILA BEATRIZ


  *«De forte sentido cenográfico descritivo e monumental, o azulejo é considerado hoje como uma das produções mais originais da cultura portuguesa, onde se dá a conhecer, como num extenso livro ilustrado de grandeza riqueza cromática, não só  a história, mas também a mentalidade e o gosto de cada época».(wikipédia)



domingo, 29 de abril de 2012

A vida ( do Peregrino de Santiago ) é uma viagem


*«A vida é uma viagem, experimental, feita involuntariamente. É uma viagem do espirito através da matéria, e, como é o espírito que viaja, é nele que se vive».

Quebra a rotina, rasga o dia a dia, desliga o computador, a televisão apaga a luz e fecha a porta de casa. Sai e não espera por correio e cartas com selo ou sem ele. Despe-se de fatos, gravatas e outras mudas. Larga o seu trabalho, rompe horários de transportes , o carro, as escolas, os supermercados, as repartições, as famílias, as doenças, as obediências e outras obrigações . Faz um alto, um "break", no mar agitado em que viaja e procura  abrigo numa ilha de encantar :
- O Caminho Central Português de Santiago .
- O Peregrino,  que  vem de longe do Norte da Europa, aporta aqui.
Como  viajante  traz na sua bagagem  indumentária  simples, leve e básica, apenas a necessária para que possa transportar também o melhor da sua alma . Na ilha descansará em vários portos de abrigo (albergues com os seus hospitaleiros) entre uns e outros verá o verde dos campos, as vinhas  em ramada do vinho verde

, as laranjeiras e tangerineiras,
 as dálias nos jardins das casas ,as flores dos campos, os pinheiros e os eucaliptos, os sobreiros e as urzes do monte ,a água cristalina dos rios e riachos,

 os moinhos de água, as pontes romanas,

 os cruzeiros,

as igrejas das aldeias e cidades, seguindo sempre as setas amarelas e vieiras de Santiago por entre as casas grandes e pequenas, os quintais e hortas cultivados com alfaces, pencas, tomates e pimentos, os galinheiros com aves, 
os póneis, os currais com vacas, cabras, ovelhas  à solta, as pessoas presas aos lugares e os outras que com ele viajam  mas não são amigos, antes hospedeiros coincidentes no mesmo lugar, onde assinalam a sua passagem,
 tal como o fazem no Peter´s Cafe Sport, Horta, Faial, Ilha dos Açores
e onde à noite na vez de um Gin Tónico se aprecia um  bom vinho  e se conversa sobre  origens, das ondas do seu mar e da sua praia de chegada. .. do romper com as amarras do seu navio atracado ao cais da sua vida .Trocam-se  nomes, endereços e promessas de escrita, algumas vezes a custo dá-se a conhecer o posto na tripulação do seu barco . Isto é o mais penoso, é um retrocesso, um voltar ao antes de iniciar a viagem, às amizades formais, à formatação  na sociedade  moderna. Na sua pausa diária, na ilha Portuguesa, vai  apreciar a simpatia da nossa gente,  a comida de cá, o bacalhau, os rojões ,  o vinho maduro do Alentejo e do Douro, o vinho verde de Ponte de Lima ou o Alvarinho de Monção. Os outros seus  amigos, que já são muitos e bastantes, ficaram atrás no seu lugar de rotinas partilhadas, não quer mais, não quer saber de profissões, emails, laços futuros e compromissos de se voltarem a ver. Disto ele foge porque está cansado. Quer paz de espirito e procura-a na natureza distante ,que o maravilha,  diferente daquela que usualmente o rodeia . A dureza da viagem não o atormenta porque quererá sentir a dor sofrida para a poder vencer e erguer os braços de contentamento e alegria pela vitória de a ter terminado ao chegar a Santiago de Compostela.
*Bernardo Soares

sexta-feira, 27 de abril de 2012

É sexta-feira

ESPERANÇA - O "SLOGAN" ! O Flagelo Social.

Sempre Esperança. Sempre a mesma palavra - Esperança.
Inércia é o que é. Calma ? Espera, para que os outros resolvam por ti.
Para os Portugueses cria-se sempre um Cabo das Tormentas para dobrar. E eles esforçam-se, lutam, para depois baixarem os braços e chamaram-lhe Cabo da Boa Esperança para que sonhassem ter direito à riqueza e bem estar. Os benefícios seriam reservados aos de sempre. A esperança é redutora, é reaccionária, é inibidora, é um "slogan" para conter nas trincheiras os indignados. O apelo ao "consenso social", é austeridade, é a mobilidade no emprego, é haver duas justiças , duas escolas, dois hospitais, dois transportes, é andar descalço, é haver dois países, um para ricos outro para pobres.Tudo em nome da Esperança. O "Slogan" que imobiliza, que contêm , é a caixa dos sacrifícios. É o que nos espera, ter Esperança. Espero não ter Esperança porque ela é um flagelo social.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Há Gente Fantástica no Caminho de Santiago....


*
"Há gente fantástica a que se conhece num dado momento,

 e há gente que é fantástica porque se conhece no momento adequado"

"Hay gente fantástica a la que se conoce en mal momento,
y hay gente que es fantástica porque se la conoce en el momento adecuado"

"There are fantastic people to what is known at the wrong time ,
and some people are great because it is known at the right time "
 

* (reflexão pensador polaco) 
            





quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hoje é 25 de Abril

O 25 de Abril 2012 na Guiné-bissau

Quarta-feira, 25 de Abril de 2012

A palavra é: vegetar

O tempo tarda a passar. Uma hora leva um século; um dia, uma eternidade. E entretanto já passaram 13 dias. Bissau adormece triste e acorda acabrunhada. Vive na incerteza. O corrupio de gente que se vê à volta de tudo o que mexe, não passa de uma ilusão. Um dia, contudo, tudo passará. Tudo se esbaterá, esqueceremos tudo. O que era ontem já não é hoje. Sei-o há muito. Aqui, tudo acontece e uma vez acontecidas, se fixam para sempre e se vão somando na eternidade até à plena consumação dos séculos. Sempre acreditei nisto - que piada. Mas aqui, convém deixar bem claro: uma coisa é a memória, outra o sentir. Podemos pensar sem nada sentir, temos esse direito. Se não está na Constituição, isso agora pouco importa. Também já não existe a Constituição. Está na gaveta, fecharam-na lá - e quem terá mesmo a chave dessa gaveta? Bissau continua, nesta sua ausência de espaço e de tudo, assustada, porém serena. Bissau tornou-se na própria imagem da relativadade. Aqui, nada se concretiza. Vai-se adiando, atropelando tudo e todos. Por cá, tudo é efémero. Até chorar os mortos. Chora-se baixinho, talvez com medo que alguém nos fixe o rosto. E nos denuncie. E por aqui estamos. Como sempre, tudo correu torto e no meio de enorme confusão. Quando o sol se põe, Bissau torna-se ruidosa. Tacteio entre as pessoas. Quero sentir-me vivo, quero ter alguém, ainda que desconhecido, com quer falar de coisas banais. O sol está quase a pôr-se. Por três horas, parece que esta cidade, estagnada e quase sem vida, vem para a rua. Vejo a angústia nos rostos dos mais velhos e a indiferença nos mais novos. Pressinto nuns a amargura dos dias difíceis por vir. Sente-se essa presença, que são bem mais palpáveis que a própria angústia existencial. Dói. É evidente que perdemos uma certa dose de paz. A indiferença, consciente e responsável, está a conduzir-nos para um beco sem saída. A Guiné-Bissau está isolada, quase decapitada. Os funcionários públicos não receberão os seus vencimentos, e as empresas privadas despediram trabalhadores porque também não facturam. É o drama social que se aproxima a passos largos. Um tsunami! Devemos todos estar preparados. Eu tenho medo, não por mim, mas pelos mais necessitados. Mas devemos ter medo, porque no fundo eu sei que tudo só vale a pena quando se sabe que nada vale a pena, quero dizer, quando aceitamos e não estorvamos, mas também não participamos, a não ser por acaso. E Bissau? Cá está, solarenga, quente como o inferno, a humidade cola-se-nos à pele. Mas continua a haver nas suas gentes uma doçura e simplicidade que me conforta. É na simplicidade que nos vemos melhor, nos avaliamos e o mundo torna-se, de repente, claro. Muito mais claro. António Aly Silva

25 de Abril 1974 : Nessa manhã fundadora, a palavra Esperança

Vivo no flagelo da Esperança
No futuro acredito
Dobrar
O Cabo das Tormentas
Desta vida que lamentas
Ter
Por odiar
Porque sonhar
Te ensinaram :
-Quem espera desespera
-Quem espera sempre alcança
-A última a morrer é a Esperança
mário

"... e vieram a dar com o maior cabo que no mundo se descobriu (...)
Ora foram tão cruas as tempestades que os nossos padeceram, que a cada passo perdiam esperaas de salvamento: donde veio porem-lhe o nome de Cabo das Tormentas.
Assim que o dobraram e o assinalaram, voltaram para trás. Logo que ao senhor rei D. João foi explicado o feito, ficou tão alvoroçado que dava já por aberta a estrada para a Índia; e, comovido do feliz acontecimento, lhe impôs o nome de Cabo da Boa Esperaa.
D. Jerónimo Osório, Vida e Feitos d`El Rei D. Manuel I

     Esperança
Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que apenas ouve o eco...
Peco
Por absurdo humano:
Quero não sei que cálice profano
Cheio de um vinho herético e sagrado.   

Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'

segunda-feira, 23 de abril de 2012

a estrada marcada por tanto passo

Carreiro                                  
Deserto
Tão longe
E tão perto

Anseio
Secreto
Encontro
Mais certo

Caminha na estrada
De Santiago
A estrada marcada
por tanto passo

Ao longo
Dos séculos
Passaram
Milhões

A vista
cansada
De tantas
paixões

Acorrem à estrada
De Santiago
A estrada marcada
Por tanto passo


E como
se sente
tão acompanhado

Se não vê
mais gente
Nem tem ninguém
ao lado

Caminha na estrada
de Santiago
a estrada marcada
por tanto passo

domingo, 22 de abril de 2012

E tu ? Onde estavas no 25 de Abril ?

Eu estava na  Escola Prática de Artilharia - Vendas Novas


Especialidade : Artilharia de Campanha, éramos 37 soldados instruendos na aprendizagem da peça 10,5, obús 14 e peça 11,4. O polígono o nosso campo de treinos. A execução em corrida da  pista de obstáculos aí situada era prova obrigatória. Contavam as crónicas que o record de tempo na sua execução pertencia ao jogador do Benfica Néné. Obtive o oitavo tempo quando tocou a minha vez. O tiro indirecto era praticado tendo como alvos velhos tanques de guerra no Campo de Objectivos. Na semana de campo, transportados em Berliets, cobertos por capotas de lona, os recrutas da especialidade em grupos de 6 eram largados em pontos longínquos, no meio do monte a dezenas de kms da unidade. Uma bússola, um mapa , rações de combate e uma data de chegada à unidade eram as condições necessárias para se concluir esta etapa da especialidade com êxito.No quartel-escola os instruendos estavam distribuídos por 3 camaratas. Os altifalantes vomitavam ordens e informações a qualquer hora de dia e de noite. O "esquece a tua mãezinha porque vais para a guerra" era o pão nosso de cada dia. O " 5 minutos para estar na formatura" era normalíssimo.
As noites eram frequentemente interrompidas por estes altifalantes. O Tenente Andrade e Silva, madeirense, com o seu célebre bandolim era o terror dos soldados instruendos de artilharia de campanha. As praxes eram de alguma violência e nós não nos considerávamos "os comandos do sul" porque não éramos infantes mas sim tropa de retaguarda.  Simplesmente Artilheiros.

Foram estas colunas de som nas camaratas que nos anunciaram o 25 de Abril de 1974 e serviram para emitir os diversos comunicados do Movimento das Forças Armadas (MFA).


A informação ao vivo no local foi-nos transmitida pelo Furriel Rachão ( ex-jogador de futebol e treinador):
 - " Uma Bateria da EPA ocupa uma posição no Cristo-Rei apontada a Lisboa".
A nós soldados instruendos, sob o comando deste Furriel Miliciano, coube o patrulhamento e vigilância da estrada que ligava  Estremoz - Évora          (o quartel de Estremoz  ainda não aderira ao MFA ).
O nosso conhecimento militar era quase nulo. Sabíamos marchar em ordem unida e  pouco mais, apenas uma e única vez  fizéramos uso de G3 na carreira de tiro durante a recruta.
O medo era visível nos nossos rostos jovens. As equipes, da operação STOP, revezaram-se muito à toa. As nossas atenções concentraram-se mais na rádio: RCP e BBC. Felizmente o golpe foi em Abril mês de Cravos e não houve derramento de sangue. As granadas que usávamos nos treinos de Artilharia da peça 11,4 tinham gravadas a "cruz suástica" eram precisos 4 soldados para a introduzir no tubo antes de fechar a culatra e receber a ordem de : " disparar ".
Para derrubar a ditadura não foi necessário usar a Artilharia e as granadas puderam continuar silenciosas no Paiol.
Eu, no 25 de Abril de 1974 estava na EPA de Vendas Novas "cagado" de medo. E só queria ouvir as notícias das rádios.....e ir para casa.

¿Como vivi o Clássico? Barça 1 - Madrid 2 : as vozes

Eu vi         
Eu ouvi     

Eu vi na Sport TV 2 : a coreografia, o estádio, os adeptos, o árbitro, os jogadores, a bola, os cantos, os livres, os cartões amarelos, os treinadores, os golos, a alegria e a tristeza !

Eu ouvi na TSF : as vozes conhecidas dos dois comentadores mestres da bola, a descodificação do jogo, a tática, a análise, e o grito: é goooooooooooooooooooooooooooooooooooooolo do locutor de serviço,
e
 " o Madrid está a 5 minutos de ser Campeão da Liga de Espanha ! a só 5 minutos ! e Mourinho entrará para a história como vencedor dos campeonatos de futebol de : Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha. É um predestinado", "Cristiano Ronaldo, 42 golos, fantástiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiico"!

A voz que isto dizia  aos microfones da TSF em 21/04/2012 é única e minha conhecida .

Alguém, que não me via há anos,  reconheceu-me pela voz no lugar mais improvàvel de isso acontecer. 
Realmente o que uma pessoa tem de mais particular, de mais seu e único é a sua própria voz.

Certo dia, num acampamento da Mocidade Portuguesa no Monte da Avó, em Santa Cruz do Bispo, andávamos nós, aí pelo 2º ou 3º ano do Liceu Nacional D. Manuel II (secção de Matosinhos) estávamos ( eu, estes 2 comentadores mestres de futebol e mais alguns ) deitados na mesma tenda e a fazer barulho ( do tipo mão debaixo do braço provocando sonoridades que geralmente saiem por outro lado) quando fomos surpreendidos pelo Comandante Reis em serviço de ronda.
Os dois comentadores, combinados, apressaram-se logo de imediato a acusar-me da causa daquela desgraça.
Consequência : Levei umas bofetadas bem dadas e sem culpa nenhuma.
A risota instalou-se, eu tinha sido praxado à maneira dos de Matosinhos.
Hoje ao ouvi-los ,como comentadores convidados da TSF ao jogo Barça-Madrid, sempre que um deles falava eu podia ver-lhe a cara. Reconhecia e distinguia perfeitamente as vozes que naquela noite no Monte de Avó provocaram a minha coça e desonra.São dois dos meus amigos de toda a vida e do Liceu. Ambos têm um tom de voz grave.Mas òbviamente, sendo mestres, são diferentes. Foram,são e serão sempre líderes.

Um o VICTOR OLIVEIRA - tem um estilo, que reconheço desde sempre, de líderança calculista e fria na análise, aposta na  habilidade, na técnica aliada à força e no seu discurso, com voz grave, quase rouca e fluida, recorre ao indivíduo usando : " eu penso que..."


Outro o HENRIQUE CALISTO - também fiel ao seu estilo de sempre, líder natural e pragmático na análise, aposta no conjunto, na conjugação de esforços e no seu discurso, com voz grave, mais pausada, alguma gaguez, ganhando tempo para pensar no que está dizendo, recorre ao colectivo usando : " nós...o nosso...a nossa dinâmica"

Eu vi um histórico jogo e ouvi dois belíssimos treinadores a comentar, descodificar maravilhosamente o histórico acontecimento, a TSF fez bem, escolheu bem os convidados, o Futebol ficou a ganhar e agradece, eles souberam decifrar, realçando para os ouvintes as caracteristicas próprias de cada uma das equipes que cada um deles mais valoriza , por um lado o Indivíduo enquanto craque da bola (Oliveira ) e por outro o Team  como um todo ( Calisto ).
O Indivíduo e o Grupo , nas equipes por eles treinadas são potenciados ao máximo porque são essas as caracteristicas que genèticamente incorporam e transportam para o Futebol que tanto amam.  Foram,são e serão sempre assim.



Aos meus queridos amigos, cabeçudo e canuna, um abraço desde leça .

Que me perdoem se me equivoco a respeito deles.





sábado, 21 de abril de 2012

É PRECISO SALVAR ABRIL


Acho que o melhor seria não festejar o 25 de Abril, até as pessoas darem pela sua falta.
Porque aquilo que se faz é nada! Parece uma espécie de romagem ao cemitério, como se fazia durante a ditadura, no 5 de Outubro.
Ou então, podia experimentar-se prestar justiça àqueles que fizeram o 25 de Abril e colocá-los no lugar histórico que de direito lhes pertence, mas na prática lhes foi negado.Enquanto estão vivos, embora já nem todos.
José Saramago

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Há horas assim...boas...de treta e letra

manuel antónio pina
ainda não é o fim
nem o princípio do mundo
calma
é apenas um pouco tarde
erva daninha
1982

Vendo quadros ... ouvindo outras pessoas ... esperando pela minha vez  no RUI ALBERTO - Galeria de Arte, no Arrábida Shopping, Vila Nova De Gaia.http://www.ruialberto.pt/

Um ex-emigrante nos Estados Unidos da América fala no eficiente sistema judicial daquele País, na sua zona estado NY.
- "Qual quê ! Ouça, tive um problema de transito que meteu polícia, uma semana e assunto resolvido. Na sessão de julgamento disse ao juiz o que tinha a dizer e não tive medo nenhum. E sabe ? ganhei a querela ao meu adversário, um arquitecto...mandou-me os dólares, com um pedido de desculpa, que reembolsei à companhia de seguros ".


Sentada a uma mesa a Elsa Fernandes, ilustradora de livros infantis, vai acompanhando a conversa. O ex-emigrante despede-se e vai à sua vida . O Rui Alberto
, vai lá "dentro", a outra divisória, buscar o meu quadro que já está emoldurado. Aproveito para ver alguns livros que a Artista traz consigo. São lindas as ilustrações por si executadas. Quem me dera ser criança e ter uns livros assim. Tanto talento e tanta côr junta num só livro.

Já não me lembro como veio à baila, mas, o que é certo, é que eu e o Rui Alberto assentámos praça no mesmo ano em 74. E mais, as datas do nosso aniversário são seguidas no mês de Dezembro, dois sagitários.Vamos no futuro recordar este facto ? Abordámos o tema. Poderíamos ter sido camaradas na tropa, mas não, só agora há dias nos conhecemos. As nossas especialidades no exército foram focadas. Só ele aproveitou profissionalmente a sua formação. Alguma coisa se contou sobre essa época mas muito mais ficou por dizer.Falámos sobre a nossa cidade - o Porto - as suas gentes.O Rui lembrou clientes, artistas e amigos  entre eles um seu muito especial  : Manuel António Pina, escritor, poeta e jornalista do JN com um artigo diário de Opinião com 1400 caracteres a que ele aumentou o IVA e passou a 1420 !


Elsa Fernandes por alturas do 25 de Abril de 74 teria 2 anos de idade, conversámos os três do que era o País e daquilo que é hoje. Haverá sempre insatisfação aqui e no mundo, ciclos piores e outros melhores. Gente que fala disto e daquilo nos jornais, na rádio e na TV. Os que são censurados e os que ousam escrever como o jornalista M.A.Pina, que eu tanto aprecio , que embora os tenha e muitos se lhe torna dificil fazer amigos :

" Justamente. Os amigos são uma coisa dificílima de fazer. E, normalmente, quando os amigos estavam já a começar a ser feitos eu começava de novo. Era uma espécie de Sísifo. Por isso é que eu costumo dizer que me nasci a mim mesmo no Porto. Eu cheguei aqui com dezassete anos e nunca mais voltei a sair. Enfim, saí muitas vezes mas, finalmente, encontrei um lugar aqui, no Porto."
Manuel António Pina-refúgio da poesia  (Entrevista a Carlos Vaz Marques, 2006)

Há horas assim...boas...de treta e letra

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Palácio da Ventura




Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura. . .
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado. . .
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor. . .
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!
© 1886, Antero de Quental

THE PALACE OF FORTUNE

THE PALACE OF FORTUNE

I dream I’m a knight who ventures forth
Through deserts, hot days, and pitch-black nights.
A defender of love, with all my might
I seek the enchanted palace of Fortune!
But I’m already faint with weariness,
My sword is broken, my armor smashed. . .
And then I suddenly see it, flashing
With pomp and lofty magnificence!
I bang on the doors and cry in distress:
“I’m the Vagabond, the Dispossessed.
Have pity and open up, golden doors!”
The golden doors open with a din. . .
But sadly all I find within
Is silence and darkness – nothing more!
© 1886, Antero de Quental
© Translation: 2005, Richard Zenith

Mel em Tamel - Honey Tamel, The boy who knew how to smile


Carefully down the stairs towards the bathrooms, in the opposite direction  a small and weak boy smiled to me as if greeting.
 
  He was just around me, always smiling.On evening while he played on the computer with the older brother I, his father and another pilgrim drank a little red wine and we are talking about.He, looked at us, smiled and watched always..It was very nice and insightful, the gesture often used to tell me something. Neither he nor I speak English the language of it. Our mutual willingness to communicate overcame any language. Our familly had lunch together. In Tamel distributes smiling enormous sympathy - Honey. 
Wrote a piece of paper your name so I'm not mistaken  to pronounce.
At the way  this small and puny pilgrim sandals with socks or without them, shorts and t-shirts, brown hair, green eyes alive, freckles on the face, thin lips and smile dropped ,always with the smile on his face, lit up the caminho.We took sometimes breakfast together, picked oranges from the trees for him, till pizza and chocolate together, I read him the history of Uncle Scrooge and Donald, in his own language that do not dominate on the avenue of plane trees sit down on the red park bench beside the River Lima and he smiled, always smile and said , how nice!.On Caldas de Reis in kindergarten I pushed him in the swing and I feel myself like a grandfather !
He took me by the hand between the narrow streets in Compostela, from Obradoiro Square to the restaurant where others were waiting for their last meal together at Bar Tita.He looked from there.Never if he was lost on me and now I was his prisoner in my heart.
But sun short-lived and he returned to his home and me as well.
From their land to his father send a email:
-"Clemens is back to school, but he think he will long remember to our trip and you Mário.If you visit Germany, please contact me".

Good Heavens ! me too !

pieces of writing on the way to Santiago

Hostel Teo (Book of the Pilgrim, 21/07/2011, page 72)
 
Since the Porto (Ermesinde), only the bike, but it was only the first day.
The brotherhood between people don`t have boundaries on his way to Santiago.
I wish this trip had not end.I know that in practice it is not possible.
For me the good times will never end and the lived memories of wonderful persons that I had the opportunity to meet and share: food, drink and various emotions.
I am not thinking repeat, not for lack of courage, but because "never come back to where you were happy." This walk is unrepeatable and I want to keep to myself as I can.
"Bom Caminho" to all
Mario Santos (Leça da Palmeira)



Hostel Teo (Book of the Pilgrim, 09.04.2012, page 177)
 
Hello
sometimes the way it takes time to jump.In this time I jumped at page 72 in this book to this day ..
The last time, I came alone and cycling, this time with my daughter Inês (23). Way from the Porto through S. Pedro de Rates, Tamel, Redondela, Pontevedra,Caldas de Reis, Teo and it was different, weight on the feet too, but the emotion was always growing it was good.Our new friends like the old one are not of always or forever, but to enjoy them,to learn up and to teach yourself and I´ll go to tell  St James .Now I am satisfied .Mission well done. .Congratulations all pilgrims and one embrace.See later.
Mário Santos (58, Ermesinde)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

What is your name? all pilgrim have a name

First motivate yourself, then it is planned,

finally gives up early to the contract.

There is a starting point and the path to the finish.

Also during the 1st stage will see the first pilgrim:

- Hello, Bom Camiño!

And you go on and spent him not give confidence to a stranger.

Increasingly yellow arrows join, you're on ...
rhythm

the street rest back, another, a path, a cruise, a church, a scallop ...

Everything happens quickly like a movie, take some pictures, drink half of milk,

eat toast. The backpack begins to weigh more as you go.

Questions: I do not know because I brought this and that it may be that will make way?

The feet get warm, heels seem to crack, complaints to you to you and sorry.

Remember how it was last time, the friends you meet, the landscapes that you have seen and marveled

The Landscape to Santiago, as ever walked? how much longer? Lady and I ask that you have the answer:

to reach-Bed + / - km ½.

Finally arrive there. The way it is walking and you have walked. stamp the credential and choose, or you do, your bed. Take a shower, you care about with dinner and you look around. You see some strange pilgrims still unnamed. Next day early morning, 6.7, 8, 8.5 hours and there you go. Are you over 20, 25 or 30 km to the new rest area: the next hostel. You repeat what you did in the first hostel but .....

but ... recognize some of the foreign pilgrims who visit the 1st Hostel and sit up, after a shower, close to them, most of them are foreigners, are drinking beer, to dehydrate, or  wine to gently offer you the your drink. Shows that in their language or understand English, the conversation is varied in a little while will come - WHAT IS YOUR NAME? gained a friend who'll be able to contact the kid on the way and embrace the Obradoiro Square in Santiago de Compostela.


echoes of the way of santiago


·         We had two more good days in Santiago, but most of the time it was raining. On thursday we did a segwaytour in Santiago. On wednesday we have visited a lot of museums. We are going to send you a couple pictures. Of course we' ve got more.
It was a very Good Time on the Camino. We really enjoyed it.

 
·         . The time on the caminho is also in our hearts an in our soul and the thinking on this common time gives me power for the daily work. But after reaching Santiago and after this intensive time there is also a whole, missing these intensive meetings with several difference people, going the thame way , living in different lifes and countries. It was great to walk with my son and we had very intensive times with each other
 

·         What a nice trip I had .There was of course the camino and most of all the portuguese part of it I liked most.But there was also the good company on the road; you, your daughter, the Germans, and so many others. The camino made a family of us.
 
Things are sometimes difficult and so people are. On the camino and in the rest of the life. Not everybody will understand situations and blame perhaps the wrong one for what happened. So your understanding is much more meaningful for me.
 

 we went on to Finisterra on tuesday and had some nice but challenging days on that camiño. Because the weather was typical galego! But every now and than the sun came out and illuminated the beautiful landscape. If you had never been there, you have to do this camino. It´s worth it.