sábado, 5 de abril de 2014

PESSOAS QUE TALVEZ CONHEÇAS

A repetitiva janela - Pessoas que talvez conheças - no Feed de Notícias do FB faz-me lembrar os produtos à venda, nos Supermercados, com desconto de preço devido  aproximação da data Fim do Prazo de Validade.

Essa publicidade côr de rosa apela ao nosso sentimento Pascal e tenta-nos ressuscitar amigos há muito esquecidos ou outros humanos que nunca fizeram parte das nossas vidas.

A imposição de coisas, bens ou pessoas, é cada vez maior e condiciona o nosso dia a dia e modo de viver. As nossas escolhas não sendo de livre e espontãnea vontade reflectem apenas o quanto somos objecto desta sociedade de consumo que visa o lucro.

Tentar identificar aqueles com quero partilhar o meu dia a dia, fazer alguma parte do trilho do meu caminho, com aqueles com quem realmente me identifico e gosto é cada vez mais um exigente acto de inteligência.

Contudo, no meio de muitas maças podres pode aparecer uma boa. Uma pechincha até. O importante é estar atento às cores e às prateleiras de produtos baixo custo ou LOW COST.

" O barato sai caro " /ditado português/


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A minha inauguração da Ponte da Arrábida

Era a nossa Inauguração. Da Ponte. Portugal eliminara a Coreia do Norte. Os nossos 13/4 anos pediam-nos para comemorar o feito. Seria no Domingo seguinte. Éramos 3 amigos, da vida airada e de todas as horas do dia . E estudantes. Mas não do tipo : " cócó, ranheta, facada ". Vizinhos as nossas casas, tinham quintais, galinheiros e pombais ! Lado a lado ! Costas com costas ! Pregoavamos os nomes ... Mário ...Tony... Zé Fim, que logo se ouviam e não raras vezes saltávamos os nossos muros, contra a vontade dos Pais, para nos encontrarmos.

           Chegou o dia, catequese de manhã. Pela tarde, cedo, lá fomos para a Paragem da Farmácia Lopes, frente ao Rei dos Fatos, na rua Brito Capelo em Matosinhos. O Zé Fim é que orientava. A avó dele vivia na Foz Velha, na Cantareira. Apanhámos o eléctrico "1". Ao passar no "Albano" sonhámos com a Sorte Grande. A lotaria ... se nos saísse .... iríamos mais longe. Até poderíamos almoçar no restaurante " Caninhas Verdes ". Visitar castelos como o do Queijo, outras praias bonitas como estas da Foz,  esplanadas, jardins ou ir num daqueles Barcos que se viam ao longe. O Zé Fim conhecia tudo e nós ouvíamo-lo com atenção. Os nossos sonhos tornavam-se mais bonitos. Quase sem darmos por ela vemos : o Rio Douro, largo, silencioso e bonito. Ao fundo uma grande Ponte com duas Torres de cada lado. Parece que tinham elevadores.

    Foi preciso pagar cada um 5 tostões, ao Porteiro, para ir lá cima. Atravessamos a Ponte. De um lado a Ponte D. Luís, o Palácio Cristal, a Sé, os Clérigos, o mosteiro da Serra do Vilar, os barcos Rabelo, Vila Nova de Gaia . Do outro a Afurada, a Foz, a praia do Cabedelo, o Fluvial, a Barra. Tanta coisa eu e o Tony apreendíamos do Zé Fim que tinha uma Avó que vivia na Foz Velha e nós não.
   
        Atravessamos para o outro lado, até longe. Junto ao Campo do Candal Sporting Clube o prémio do dia. Um maço de cigarros SG Filtro. Tinha " fanado " na loja do seu Pai na Rua Roberto Ivens, em Matosinhos, o Zé Fim . Fumamos uns atrás dos outros, às escondidas e longe dos olhares, mas em liberdade. Tínhamos visto, na TV, que na inauguração daquela alguns homens fumavam charutos. Não nos tinham convidado para assistir ao acto. Mas agora aquela Ponta da Arrábida também nos pertencia por isso fomos lá inaugurá-lá fumando para nossa satisfação.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

BANANA ASSADA

Queria ver o mar. Sempre o seduzira, crescera numa terra de praia. Areia e Água. Os AAs separados pelo rei-gu. A sua felicidade aumentava sempre que pisava a areia e mergulhava no mar. Como fazer então ? Decidiu tomar um táxi. Para Cacuaco. Ali está o mar.
            A partida na Ponte Amarela junto ao Mercado do Arrió. Os preços arreiam a partir das 6 horas da tarde. A voz " Cacuaco Vila " e o sinal de mão indicam a viatura certa e que vai partir. Domingo, dia de folga, é manhã ainda cedo. Os bancos dois para um lado e dois para outro vão ficando ocupados. Começam a baixar os que fazem desaparecer a cochia. A lotação completa. Apenas um branco. Não vislumbra hostilidade antes pelo contrário cordialidade. A viagem tem inicio. A primeira paragem será para dar saída a um "chino" que vai para Benfica. Escolhe sair na ponte da via expresso no Km 25. No talude da mesma a 45 graus logo a seguir às bombas da Sonangol. O chinês sobe o íngreme talude a correr fazendo rir os passageiros pelo insólito na escolha do local de saída e agilidade demonstrada na ultrapassagem dessa subida. O autocarro 31 lugares segue até ao retorno, depois da ZEE , para apanhar a Via Expresso.
Outra paragem em cima da ponte já na Via para recolha dos últimos passageiros. Agora uma recta até ao destino final. A música sempre presente. O transito é mínimo , alguns carros acidentados nas bermas, atestam os exageros da noite do sábado. De repente o desvio para Panguila. Mais uma paragem. Mas vai em frente. Já falta pouco para ver o mar. E eis que chegamos, decorrida uma hora, ao Reservatório de Água em Cacuaco e fim da viagem.
              O mar fica mais à frente e depois à direita e em frente. Rua de alcatrão abaixo, parque jardim, a igreja à direita, Soprite à esquerda, bancos, cafés, etc. e uma viela que conduz à Praia. O mar está calmo, numa espécie de maré baixa, uma extensa praia de areia, dura e preta, para um e outro lado. Os lixeiros limpando o areal, donas de restaurantes na areia da praia, limpando mesas e cadeiras e preparando os fogareiros para assar os Chicharos do almoço. Lá ao fundo um amontoado de pessoas. Jovens jogam futebol . O aviso para ter cuidado com os bandidos no amontoado de
pessoas. É a lota do peixe. Mulheres sacodem areia e oferecem peixe. São peixeiras, vendedoras. As crianças, algumas, estão em volta de redes avariadas para aproveitarem o peixe lá preso. O peixe é muito e variado. Linguados, peixe espada, chicharro, polvos, chocos,....recuso a compra. A volta a casa é demorada. Ainda falta ir ao outro lado. Onde está o Pontão. Aqui as crianças atiram-se a agua de pé ou de cabeça. São iguais às de Porto Santo, da Ribeira ou dos Açores. Também fui uma criança dessas. Tiramos fotografias juntos. Na saída do Pontão abriram-me uma frota fechada com um cadeado. Ordens dadas por um Tuga mecânico eremita que ali cuidado dos seus barcos e dosei glorioso passado. Agradeci mas não falei com ele. Preferi imaginar o que ali lhe retinha. Amores. Só isso faz estancar uma vida. Uma última volta pelo mercado artesanal, abrigado, numa estrutura com telhado de palha escura. Bonitas e variadas peças observei. A arte Africana no seu Melhor.  Há que tomar horas para o regresso a Viana.  
Partida agora no lado oposto ao da chegada. Junto ao grande Reservatório elevado. Agora o táxi é azul, Toyota Hiace, como são quase todos. Rápidamente encheu. Parece que a viagem agora é mais rápida. Estamos na estrada de Catete, na SGO, o dinheiro da passagem passa das mãos de um para outro passageiro, 100 AKZ, tarifa única, até chegar ao cobrador. Agradeço a quem recebeu o meu. Pedi-lhe desculpa por a ter interrompido comendo, que estava, uma Banana Assada de muito bom aspecto. Ora essa ! É servido ? Não recusei a amabilidade. Obrigado, sim quero.  Ela sorriu. E tanto disse! Quem não pareceu que gostasse foi o seu acompanhante. Olhou me de uma forma que quase parecia dizer que aquele bocado lhe pertencia. Porém o sorriso da senhora indicou o contrário





quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Com os pés assentes no chão

Diàriamente 15 min. para lá e 15 min. para cá, aconselha o médico. Se forem os teus tanto melhor para ti. Andar a pé é também um exercício de liberdade . Físico e mental . Os odores, os paladares e toques do que te aparece ao caminhares são bem reais e únicos em cada momento .

Pàras onde queres e não onde te deixam porque a escolha é sempre tua. O desvio para a esquerda, direita, em frente ou para trás, a ti te pertencem. És dono to teu destino, da tua fraqueza ou da tua ousadia em prosseguir em frente. És LIVRE. Assim também o é o teu pensamento.

A aldeia, vila, cidade, praia, campo, montanha poderás descobrir em segurança. Sim porque vives num lugar onde tudo isto é possível, um País chamado Portugal. Dentro de ti vais descobrir o querer ir mais além, subir, parar , ( a ler, ouvir música ou simplesmente a observar a paisagem ) descer.

Andar com os pés assentes na terra é também o descobrir em ti outros recursos que  ignoras.
Defensor do ambiente, paixão pela fotografia ,  história, gastronomia, vinicultura, sociologia, etc, etc.
Encontrarás sempre novas gentes, nacionais ou não, podes inclusive ir ao encontro de um amor ou de uma amizade sincera que não esperas encontrar. Claro está que algo errado poderá acontecer mas isso são contingências
da vida.


domingo, 19 de janeiro de 2014

Joguei à bola no Campo das Varas

Leça da Palmeira. Anos 60. A paixão do Futebol. Jogo de onze contra onze. Acordo entre as equipes. Muda aos 6 acaba aos 12. Os adolescentes e jovens que o praticavam adoptavam regras muito simples. Não havia árbitro , nem marcação de campo. As balizas eram duas pedras. O jogo era interrompido, maioria das vezes por consenso, quando a bola ía fora ou então se havia mão na bola. O  
" corner " era assinalado mas o " Off side " não. Se algum jogador se magoava também se interrompia a contenda para o assistir . Não se utilizavam equipamentos a diferenciar as equipes. Nada de camisolas, calções, meias, caneleiras, joelheiras ou chuteiras. Havia até quem jogasse descalço. Geralmente estes jogos realizavam se nos vários campos pelados existentes à época.
No Corpo Santo, logo a seguir à Quinta dos Ingleses, na Rua Nogueira Pinto havia o chamado " Campo dos Trolhas ".  Era ocupado pelos rapazes que frequentavam a Marimanda ou a Capela de Ruas. Terminou quando lá construíram um prédio a que puseram o nome do "Hospital" por ser forrado a azulejo branco. Próximo o " Campo das Varas ", o mais importante, a catedral do futebol, onde as diversas seitas apresentavam as suas melhores equipes. Os proprietários a seita de Fuselhas e da " Ilha da Cona Bicanca". Em disputa estava sempre uma quantidade volumosa de figurinhas, cromos da bola. Cada equipe apresentaria uma certa quantidade. O vencedor do jogo acabaria por levar todas que estavam à guarda de um fiel depositário. Deste campo, no fim dos jogos, ía-se directamente à "praia  da freiras" tomar banho era só atravessar a rua da praia. A " Praia das freiras " fica na margem esquerda da Piscina das Marés, do arquitecto Siza Vieira, na margem direita fica a " Praia da Meia Laranja ". Nesta, no paredão de suporte à rua, existia o buraco que indicava uma conduta de água que vinha do " Campo Vadio " . Como adolescente e rapaz da rua, da seita da Aldeia Nova, atravesseis-o muitas vezes e não tive medo dos grandes ratos de àgua que por lá apareciam. Era todo coragem. Este campo sendo relvado, diferente do da terra preta e dura do das Varas, era macio e húmido. Tinha dono. A seita do Sardoal e dos da Boa Nova. Saía daqui para casa atravessando as bouças do Sardoal, passava , com curiosidade e medo, pelo abrigo da " Reclame " que aí dedicando-se há mais velha profissão do mundo recebia :  criança, jovem, menos jovem e velho. A todos acenava. Passando a Rua do Sardoal, subia os quintais arrendados, também
Ao meu tio Zeca, Guarda Republicana, lavrador nas horas livres. Entrava no Monte da Seca do Bacalhau, com esteios e arames. Lá em cima ao chegar à casa do sapateiro , mas antes da casa dos Barquinhos havia outro campo - " 0 Bordeiro " . Ficava no topo norte do antigo Campo do Leça Futebol Clube nos terrenos do seu proprietário o Sr. Joaquim Abóbora. Nos Sábados à tarde disputavam se os principais jogos, o jogo dos mais velhos, a modos de 1* Categoria, era vê-los. O Zeca Taira, o Bierre ( irmão do Domingos ) , o Marta, o Quím Grilo, o Eduardo, o João e o irmão , que moravam na Ilha do Larote, junto ao Café Laika, e tantos outros , todos eles da seita da Aldeia Nova.
Estes eram os Campos...a formação em todas as ruas até que chegasse o grito da mãe a chamar pelo filho para ir jantar.....







quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Turista Português vitima de Pickpocket em Londres

Como sói dizer-se : " pôs-se a jeito " . De mochila às costas . O que vai contra todos os avisos . Nas grandes cidades ( Paris, Londres, NY, Lisboa , Roma ..... )  os turistas são mais observados do que aquilo que observam . Mas vamos ao que interessa . Deste conta que foste roubado ! Que fazer então ? Quando desaparecem , e por esta ordem :
1- Cartões Bancários : telefonar ao seu Banco , Centro de Atendimento Personalizado, nr internacional a cancelar os seus cartões de imediato. Todos os minutos contam para salvaguardar as suas contas.
2- Partipação Policial na Police Station mais próxima.
3- Passaporte : Se lhe roubaram o Passaporte a Policia passa-lhe um " Reporting Lost/Stolen Passports ". Com este documento vai ao Consulado Geral de Portugal  , 3 Portland Place, London W1B 1HR, Tel. +(0)2072913770, para depois de identificar o seu nr de passaporte e carimbar, autenticar, este documento voltar à esquadra da Policia solicitando o " Property Lost in Streets". Neste Documento será descrito todos os bens que lhe foram subtraídos. É o vulgarmente chamado
" Participação Policial" .
4- Título de Viagem Único ( Salvo Conduto ) : No caso de ter sido sonegado de todos os seus documentos, para poder regressar a Portugal, o Consulado vende-lhe este Salvo Conduto por 26£ mas vai ter que apresentar:
- 2 Fotos e o Bilhete de Avião. Se não o tiver consigo mas no entanto no o puder imprimir via Net os funcionários indicar-lhe-ão o Cibercafé nas imediações.

É conveniente que tenha os seus documentos disponíveis no seu e-mail.
Quanto ao resto, desde que traga consigo a "PROPERTY LOST IN STREET" , obterá com alguma paciência, mais prejuízo e arrelio os documentos que tanta falta lhe fazem .
A mim serviu-me a lição ( espero eu ) não o desejando a ninguém . Se vai viajar BE AWARE.
Comigo transporto peso de um erro grave, que tantas vezes é o que abre por acaso uma porta " 
                                    | Clarice Lispector, contos " Os Obedientes "