quarta-feira, 20 de junho de 2012

EURO 2012 : QUARTOS DE FINAL

 AMIGO A : DISCORDO - Os jogadores não terem falado na Zona Mista, no final do jogo disputado contra a Holanda.

CONCORDO ( com as afirmações) - a) Rui Santos( Tempo Extra - SIC): "Paulo Bento deslumbra-se nas vitórias"
                           b) Carlos Queirós ( Diário do Euro - TVI ) : "
Tenho a tese de que quanto mais falamos de Ronaldo, menos equipa temos.Quanto mais falamos da Seleção, mais Ronaldo vai aparecer."

O supra citado será o mote para diálogo entre TRÊS amigos, como abaixo se descreve 
  AMIGO B : Tudo isso pode estar correcto, mas o Rui Santos é suspeito a falar do Paulo bento ele não gosta dele nem um bocadinho, fez-lhe a vida negra quando o Paulo estava no Sporting.


AMIGO C :
Concordo plenamente contigo primáço. Nem todos os comentadores são os donos da verdade. É em minha opinião normal os desabafos do paulo bento depois destas vitórias, pois as pressões a que foi sujeito pelos média (comentadores) foram excessivas.Lamento alguns comentários que foram feitos por jornalistas que nunca praticaram qualquer desporto,e não sabem o que é um balneário???????????????????
AMIGO A : 
  Então está bem; se quereis ir por aí só tenho a lembrar:
- Que eu saiba PB nunca foi campeão nem vai ser, quando muito continuará a ser o Poulidor do futebol português recordista de 2ºs lugares.
- Antes de conseguir renovações de contratos profissionais ( não quero dizer que não é legítimo) caladinho como um chasco depois rouxinol!
- Porque insistia ele com Miguel Veloso a defesa esquerdo e respondia indirectamente ao pai dele (Veloso) quando vinha a público discordar da posição em que colocava o filho a jogar no Sporting ? Talvez ele soubesse já que se MV fosse posto a médio brilharia e mais depressa daria o salto para outros campeonatos e ficaria com a equipe mais fragilizada o que era mau para ele.Embora não fosse para o clube.
- Porque razão o carregador de pianos J. Moutinho se fartava de falar ( não era só por ser capitão de equipe) e agora nem pia ?

Quanto a mim são todos farinha do mesmo saco, o que os move é aquilo com que se compra melões e auriculares todos iguais,vermelhos grandes !
 Os sentimentos dos portugueses prestam-se a esta aculturação futeboleira porque realmente o ambiente proporcionado pelos media é um analgésico poderoso para os tempos que correm nesta europa onde se joga o EURO 2012.
E se os média, as TVs, fizessem "black out" ? sabeis o que vos digo esses jogadores e treinadores que vão à merd... e que joguem à bola, marquem golos e dediquem a todos os meninos portugueses que a manhã irão festejar os seus aniversários.!

AMIGO B :

Amigo A não te zangues, estou só a dar a minha opinião com conhecimento de causa, eu não discuto opções de treinadores porque cada um tem as suas ideias e conceitos de jogo, mas achas que o Paulo fez mau trabalho no Sporting? Eu não acho, senão vejamos;
- Foi como dizes o recordista dos 2ºs lugares o que por si só dá acesso à liga dos campeões o que dá mais encaixe financeiro!
- Foi até ao momento o treinador que jogou com mais jogadores da formação na liga dos campeões oito (8) frente à Fiorentina em Itália, é mau!!!
- Dentro da estrutura do Sporting não é fácil ser treinador, senão vejamos quantos por lá têm passado e vêm embora!
- Agora não é por vir um gravatinhas à TV e diz o que quer e lhe apetece sem oposição que fala verdade, vê se ele fala assim do Jesus? Não fala pois não, o Jesus só faz coisas boas.
AMIGO A, meu grande amigo, nem tudo que reluz é ouro, o futebol para mim é sagrado mas é o futebol que se joga dentro das quatro linhas, e é desse que eu gosto de falar, agora as tertúlias que há nas TV.s não ligo nada.
um abraço e para te dizer que gosto sempre de falar contigo.

AMIGO A :

Zangado ? não sou fanático . Bastidores nada sei nem quero saber, não me movo neles. A verdade não é exclusiva de quem quer que seja, está em todo lado e é irmã da mentira. Mas em ti, nas tuas palavras acredito tanto como se da boca de um irmão viessem, sei que és verdadeiro e sábio nisto da Bola, um bom e honesto profissional da actividade que abraçaste com honra e glória desde tenra idade. Só há uma coisa devemos todos, mas mesmo todos saber ouvir os outros, desculpar os outros e é o que não tenho visto e ouvido deste seleccionador. O actual treinador, ainda jovem, como foi parar àquele lugar? muita tinta se gastou sobre o assunto. Como saiu Queirós ? que interesses se moveram ? Sabes AMIGO B, com a qualidade dos jogadores portugueses é quase uma obrigação chegarem a onde chegaram ou chegarão. Tenho para mim que nas ditas conferências de imprensa aos entrevistados apenas deveria caber falar sobre aspectos técnicos e táticos ligados aos jogos da bola e não mais do que isso. 
Não diriam e repetiriam tantos : " ã " ; "ã" nem se refeririam ao Presidente da República, quer se goste dele ou não sendo porém a maior figura do Estado, por "você". 
Li há dias que determinado jogador de futebol nas suas deslocações de equipe aproveitava para ler livros de escritores clássicos. Alguns cantam " mas quem será, mas quem será o pai da criança " . Eu sei lá ?

AMIGO B :
Tens razão AMIGO A, nós temos que saber ouvir e saber responder àquilo que é a nossa profissão, mas, a maioria quando é questionada por o que a equipa fez ou não fez, foge sempre da pergunta
Sobre o ele lá estar, quantas vezes eu já me questionei e juntamente com alguns colegas como fulano ou beltrano foi para aquele clube, aqui não digo nomes como deves entender, mas quando estiver contigo não tenho problema algum em te dizer. Temos uma boa selecção, mas também há outras que podem fazer o mesmo ou melhor que nós. Da forma como saiu o Queirós também não gostei, acho que foi uma armadilha, para o mandarem embora. Estou de acordo que deviam de estar sempre nas conferências de imprensa e falar só de futebol e tratar com dignidade o Presidente da República. Em relação ao lerem livros de escritores clássicos ou cantarem quem é o pai da criança, noutros quem será a mãe, é como tudo, nas outras profissões que têm de viajar, também não tenho conhecimento de lerem livros de leis de futebol ou tácticas, penso que cada um deve de se esforçar para ser o melhor naquilo que faz e depois tem a liberdade de escolher o que achar melhor para preencher o seu tempo, leitura, música, teatro,etc..etc...etc...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A caminho do Rio de QUÁ-QUÁ

QUADRO DE MEMÓRIAS  - o caminho pro rio QUÁ-QUÁ


Localização +/- do QUÁQUÀ
De verdade não se tratava de um rio, mas de uma grande poça  que se enchia de água no inverno e primavera.

Durante o tempo que morei em Leça da Palmeira na Rua  Brito Pais logo acima da Rua Sacadura Cabral da Lininha da escola pré-infantil, do Tony dos Carvalhos, do garageiro da Amorosa, do Tó Neves dos Mouras, dos Ratinhos, da Amélinha dos Gatos, da ilha da Bruxa e da "loja do Sr. António Trafulha", mais tarde  "Adega da Bruxa" várias foram as vezes que lá me desloquei só ou acompanhado. Eu, por altura da minha infancia, pertencia à seita da Aldeia Nova era bastante conhecido e popular com muitos amigos e vizinhos que vou agora recordar, sabendo,desde já, que nem todos vão aqui ser registados.

Na Rua General Carmona hoje em dia Rua General Humberto Delgado , ao começar a rua no cruzamento com a Av. dos Combatentes da Grande Guerra moravam :
 O Venâncio, (cujo pai Sr. Venâncio era Construtor Naval e até tinha um estaleiro à beira , expressão típica de Leça, da Ponte Tavares, mais ou menos no enfiamento da intersecção da Quinta de Santiago com a Quinta da Conceição, terminava aqui o porto a nascente da ponte móvel , com as obras de ampliação do Porto de Leixões teve que mudar para a Telegrafia, tendo os Fèrrinhas mudado para a Rua Hintze Ribeiro), junto à loja da Milheira e da ilha do Lima, sobrinho da velha glória do Basket de Leça   , da "Adega dos Paivas" dos armazéns de vinho , o Manuel Faustino , mais acima o Nelson filho do Sr. António, da Fábrica das Cordas do Quintas & Quintas, que uma vez me apanhou sentado a comer morangos na Quinta do Rangel pegada à Fabrica e que ele guardava,o Carlose o Mário Foma e irmão mais velho banheiro, o Quim da Birra e irmão, o Zézinho das pombas, os Rabumbas ( 2 rapazes e uma rapariga) que pertenciam ao Rabumba o "Aveiro" com busto no jardim junto à Capela de Ruas dos Franciscanos , o Zé Manel dos Jeovás, a Sãozinha que o pai estava para a Venezuela, a Alzirinha Cardona catequista, o Manel da Guida dos Caetanos sendo que dois deles o Zé António e o irmão o Xico Caetano jogaram nos Leões da Agra,o Zé Quitolas e o irmão Adriano das Gagas, peixeiras, o Quim Farrameco, das Pichorras :o Zeca Taira e o Berto fundadores dos Santistas clube de futebol amador e que depois de terem regressado do Ultramar emigraram para o Luxemburgo, o Berto Choiças, filho do Monteiro dos Táxis, O Zé Henrique e irmão Zé Fim filhos do Sr. João Sá Pereira que chegou a ter uma Confeitaria na Rua Fresca em frente à loja do Manel Sem Pila, , todos eles me conheciam bem e carinhosamente me tratavam pelo  nosso Mário "Gato" ou Mário Brazuca, que nunca foi ao Brasil mas tinha lá o pai e o irmão Nélinho Gato .
 Todos nós nos conhecíamos pelas alcunhas próprias ou das familias.

Na minha Rua de Brito Pais  residiam ainda, o Fernando Garcia filho da Ireninha, enfermeira, o Desidério Rato, O Jesus Cambey, cunhado do Té, morava, com o "papi" o Sr. Eugénio da Fábrica Ramirez e "mani"em frente à minha casa naquela que fora a casa da Dona Zaida e prof. Dona Beatriz de Portugal do Externato Avé Maria à beira da Capela de Ruas, dos Pissas Rotas : o Manel Reis , a Ana e o irmão Tone  Cholas, o Edgar Lima " Shalouza",filho do Sub chefe da Policia o Sr. Lima, o meu senhorio que morava por cima de mim o Sr. António das Flores e  que foi jardineiro em casa do Conde de Leça Nogueira Pinto que fez uma estufa toda em vidro e tinha sempre, gladíolos, avenca, crisantemos, dálias rosas, tulipas e todo o tipo de flores que vendia para o mercado  Municipal de Matosinhos para a loja do florista do Sr. Joaquim das Flores,que podia observar do meu quintal e tinha tambem um cão chamado LULU, o Zé Luis " o Vaca espantada" que era neto da Gracindinha mãe do nosso Zé Luis dos Leões, o Sr. Constantino,sapateiro, (dono de um cão o JOLIE que levávamos - o Mário, o Zé Luis, o Tone Larangeira, o Xico Caetano - na caça aos gatos até à Rua Nogueira Pinto no Corpo Santo) e que naquele tempo tratava das chuteiras colocando-lhes as travessas a oficina  era pegada à loja do Sr. Alexandre,(junto à casa do Sr. Arquitecto Bruno Reis que projectou a Residência Paroquial e o Salão para a Igreja do Padre Alcino como nós dizíamos), no lado oposto um talho de esquina em frente na que foi casa de arquitecto nasceu a que foi mais tarde a sede da Portuguesa de Leça na Rua Direita ( a mais torta de Leça) esquina com a Congosta do Abade.

No Constantino sapateiro trabalhou também o Zé da Padeirinha que morava na Rua Humberto Cruz em frente da casa do Fernando, da Maria Aurora, que vendia hortaliça na loja de esquina com Rua Sarmento Beires e, que chegou a correr ciclismo na Ambar, o pai era marmorista e tinha estabelecimento já na subida para Santana mas próximo à porta de baixo do cemitério, nesta rua mais abaixo ficava a loja do Sr. Alfredo e mais acima no mesmo passeio e depois de passar a loja e "Mercearia do Sr. Francisco" ficava  a do irmão " "Mercearia do Sr. Artur",a loja de electrodomésticos do Fernando Santos, " o bóia", pai do Fernando Santos do CAL,ficava em frente à loja " Mercearia da Emilinha"  esposa do Sr. Alfredo.

Na Rua Sarmento Beires morava a D. Mariazinha do Edgar (sogra do Venãncio)  e irmão,  havia uma carpintaria de limpos,a loja do Sr. José , " Adega do Policia " cunhado  do Sr. Alexandre que tinha uma loja no Monte," Adega do Alexandre", o Fernando Chanana,o Quim do Monte,do outro lado depois de atravessar a Rua General Carmona ,o Lúcio, que foi guarda redes dos Magiares e do Leixões,o Carlos Vinhal, o ZéZé, os Bentos,os Maganinhos : o Tone  e o Quim que foi dos leões, o irmão adoptivo Zé Maria e o Corsário , o Josué Maravalhas dos Magiares que foi trabalhar para a Facar, o Artur Lopes, ao virar para o largo do monte logo a seguir à quinta da Rangel e ao quintal do Sr. Alexandre da loja tinhamos  para um lado a casa dos Barquinhos junto à cabine da luz, para poente a casa do sapateiro e o campo dos arames para a seca do bacalhau em frente a casa do Miguel e Edison Mota e do Manel e Zé Henriques dos "Casquinhas" .

Na Rua Manuel Gouveia o Zé Viana e os sobrinhos  Manuel João e o irmão Albano cujo pai trabalhava na APDL, o Américo "Vai-Sempre", os " grilos"  Quim , ToneCandido Grilo, o José Tatarita que era cunhado do Malhão casado com a Arminda Araca e que moravam todos na ilha dos Grilos e na esquina o dono da Tipografia Arteal depois de passar a General Carmona para o outro lado residiam o Joaquim Viana e na mesma casa os Ritas em frente a Ção Pichorra casada mais tarde com o Fernando Monteiro que chegou a Presidente do Leça Futebol Clube e assim chegados  à Rua Humberto Cruz íamos encontrar a casa dos Chaves, Américo Belém, Zé do Carmo, Zé Pimpim, o Pepe carpinteiro que era guarda redes, o Quim Marrassol, o Joãozinho, jogou nos Leões de Leça e da Agra e no Leça F C.

 Na Rua Coronel Sarsfield, os "Grulhas" : Benjamim, Jaime e Tone e mais tarde aqui abriu a "Adega do David", na Travessa da Agra havia a " Adega do Barriguinha", o " Talho do Senhor José" e mais tarde abriu o " Tone das Francesinhas ", o Rafael Carvalho e o irmão Fernando Fufas, que era padeiro na Padaria Luanda, onde de madrugada íamos ao pão, o Manel Gavina "Poveirinho", que morava na ilha da Chica à Nora, o Manuel Silvério da "Francesa", os  Neivas, o Tone e o Manel,  o Heitor, barbeiro e do Teia e o irmão Rogério e dando a volta para baixo, ao passar pela "Adega do Avelino" onde se cantava o Fado.

Aí ficava o larguinho da Aldeia Nova local onde o Teia tocava nas rifas de S. João, tinhamos o "Café Laika" do Sr. António onde jogávamos aos matraquilhos, snooker, ao 31 com 3 bolas de bilhar, à sueca , ao dominó ao belga, à bisca de seis neste jogo era frequente o Inocêncio Rato pegar-se com o Artur ( eram os dois estivadores), o Marta, o Quim Grilo, o João Frasco e o irmão Manel Frasco, o Zé Viana formavam a equipa mais apreciada, o Sr. Páscoa da GNR, que nos perdoava as  multas ao jogar à bola na Rua, morava aqui bem como o António Lima  "Brites", o Madalena e o irmão Nélinho "Toydd", que gostava muito de filmes de Karaté quando os 1ºs foram exibidos no Salão Paroquial, na ilha dos Larotes, logo abaixo do Café Laika morava o Quim Mascote quase em frente à loja do  Sr. Ribeiro que tinha na montra uma lousa de escola onde escrito a giz se podia ler : "Adega  o Ribeiro é Aqui " . Todos os dias  à tarde, com ordens de ir para bordo às 10 da noite,os camaradas, contra mestres e mestres de traineiras, arrastões de pesca ou rebocadores da APDL vizinhos reuniam-se aqui para jogar ao "Twist", "Sueca", "Damas" e "Domino" quase sempre quem perdia e teria que pagar para todos uma receita de vinho e cerveja,cheguei a comer lá uma " caldeirada de lulas pequeninas" preparada por pescadores amigos, foi comer e chorar por mais.Clientes: João Tatarita, Malhão,mestre João Algarvio ( pai do Helder de Cabanas e tio do Varinho ), que viviam junto ao José Rato das pombas de concurso, o Valente ,o  Tone Norinha irmão do Zé Nora e pai do Norinha que foi do Teia e eis que chegamos de novo à Rua Manuel Gouveia onde iniciamos o caminho para o rio.

Começa na Travessa do Monte flanqueamos a casa do Zé Viana entramos na Quelha, por onde o lavrador  Sr.Abóbora, proprietário dos campos, fazia ir e vir a carroça dos bois para transporte de tudo, à direita as hortas dos vizinhos com todo o tipo de hortaliças e mais alguma, bem tratadas  até chegar ao larguinho da Aldeia Nova à esquerda o pinhal de pinheiros bravos e mansos do abóbora.Seguimos em frente e paramos junto à Nora, aproveitamos e comemos uvas americanas já maduras, amoras e com a fisga de borrachas virgens atiramos a algumas flausinhas difìceis de atingir mas que nunca fogem tornando-se um alvo de caça apetecível,Quando a terra a nascente até à viela que vai para Rodão ,outrora campo de milho, está lavrada atira-se aos pardais ou armamos  com ratoeiras a fogo às chirinas o lagarto da espiga do milho era o isco, Do lado poente até à Rua da Telegrafia um grande lameiro com choupos e espaço aberto até ao Rio Quá-Quá onde nós armamos aos Pintassilgos com cardos e varetas de visgo, tinha êxito, sucesso na caça  quem tivesse o canário-travesso mais cantador para chamar ao visgo os pintassilgos.
Chegados ao Quá-Quá o chilrar das rãs, as colheres de pau fazem recordar as tardes solarengas de sábado e domingo onde a seita da aldeia nova cujos nomes quase todos aqui citei confraternizava jogando ao Quino ( Bingo), ouviam relatos de futebol e combinavam encontros de futebol.A cabine de Alta tensão cercada a muros com arame farpado era ponto de referência a norte deste local.Aqui recordo uma ocasião que tendo levado comigo o cão "LULU" que não me pertencia a passear o atirei a este "Rio".Como o pensei ver atrapalhado  atirei-me todo vestido á água do Rio de Quá-Quá para o salvar e o devolver direitinho ao seu legitimo dono o meu senhorio o Sr. António das Flores.

A operária nº 2792 da indústria de conservas - Matozinhos ( 1937-1943 )

"...Em 1935, na lógica corporativa do Estado Novo, serão criados os grémios dos Industriais e a criação do Instituto Português de Conservas de Peixe um organismo de coordenação económica que tinha por objectivo a orientação e coordenação de todo o sector conserveiro, para disciplinar e promover a sua capacidade produtiva..." (http://www.aldraba.org.pt/PDF/Conservas.pdf)

As, mais de 30 fábricas de conservas em Matosinhos e Leça empregavam sobretudo jovens mulheres.
Cada uma destas operárias possuía uma Caderneta de Identificação ( tipo antiga cédula pessoal ) onde constava :






 GICPN + LIVRETE Nº +SNOICDP Nº                  ( pág. 3)







LIVRETE Nº---------                                       FOTO (passe)
                              IDENTIFICAÇÃO
Nome----------------------------------------------------------

Natural de -----------------------------------------------------
Nascido em--------/---------/-------- Idade-------------anos
Profissão------------------Função----------------------------

Sexo----------------------- Estado----------------------------
Filiação--------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------
Observações:-------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------
Data----/-----/-----                        Assinatura do Operário

                                             ------------------------------------
                                                                  ( pág. 4 )
  • ADMISSÃO : GUEDES & Cª, Lª -3/9/937
  • DESPEDIU-SE : ao abrigo do nº4 do paragr. 2º clausula 21 do C.C.T.
  • ENTRADA : SOC. INDUSTRIAL CONSERVAS DE MATOZINHOS LDª - 21.JUN.1940
  • SAÍDA : 6/7/43
                                           
   Entradas e  Saídas     ( págs. 5 a 13 )




                                                                              


Abonos recebidos ( na contracapa)




sábado, 9 de junho de 2012

YBYTUKATU

A minha inquietude : Quando os governantes dizem soprar ybytukatu

  1. Deixar-me ir com o vento favorável que nos sopra ( como dizem )
  2. Quebrar o meu jejum com o vento que sopra ( como promovem  )
  3. Partir no próximo vento para longe ( como sugerem )
  4. Convencer-me que a Troika / Europa resolve os nossos problemas ( quando nos esmagam )

Quando o vento é de bons ares, deixa soprar ... " porque o vento sopra onde quer " e, nesse caso, continua Miguel de Cervantes Saavedra " deixemo-nos ir com este vento favorável que nos sopra "

" mas às vezes, (contava Sancho Pança), passam-se dois dias sem nós quebrarmos o jejum, a não ser com o vento que sopra "

 ou como diz João Luís Barreto Guimarães

- " a viagem : à inquietação
para ficar partirei no próximo vento os amigos de longe vivem sempre mais tempo "

ou então, se optasse por ficar e não alinhasse em Falsa Partida logo poderia ver da sua janela que  " o vento que molda a praia é de todas as bandeiras "

ou não,
 acreditar no rifão que diz : " de Espanha nem vem bom vento (ybytukatu) nem bom casamento "

 Língua Tupi : ybytukatu = " vento bom "  ;  ybytu : " ar, vento "   /      katu : " bom

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Banheiro - LUÍS ALVES NOVO


"Na sequência de um salvamento na praia de Espinho : morre o banheiro, meu avô, Luís Alves Novo
Salvou-se o socorrido : um padre.
Deixou viúva  Adozinda Rodrigues Rachão e três orfãos menores : minha mãe Maria, sua irmã Ana e irmão Alberto Alves Novo"


NOTA : à época, apenas os filhos herdavam o apelido do pai !

 

 

 

 

 

http://portal.cm-espinho.pt/pt/turismo-e-equipamentos/equipamentos/museu-municipal/historia-das-origens-a-criacao-do-concelho/banheiros/


Relação dos Banheiros da Praia de Espinho (1900-1911)

Nome

Morada

Condecorações

António de Oliveira Granja (o Poveiro)

Rua do Areal

10 medalhas de prata (? –1908)

António de Pinho Pinhal & Genro

-

-

António Ferreira Lapa

-

2 medalhas de prata (1901 e 1907)

António Ferreira Neto

Rua do Areal

-

António M. Americano (viúva de)

Rua do Areal

-

António Rodrigues Lapa

-

1 medalha de cobre (1907)

Domingos Pinho Pinhal

Rua do Norte

-

Francisco de Pinho Faustino

Rua do Cruzeiro

-

Francisco de Pinho Pinhal & Filhos

Rua do Areal

-

Francisco Ferreira Neto & Filhos

-

-

Francisco José Lapa & Filhos

Largo do Anjo

-

Francisco Neto (viúva de)

Rua do Areal

-

João Alves do Novo

Trav. Assembleia

-

João Cacheira & Filho

Rua da Fonte

-

João da Costa Patela

-

-

Joaquim Gomes Ferreirinha

Rua do Areal

-

José de Pinho Pinhal & Filho

Rua da Costa

-

José de Pinho Pinhal Velho & Filho

-

-

José Ferreira Neto (viúva de)

Rua Vasco da Gama

-

Luís Alves Novo

-

-

Manuel da Costa Patela

Rua do Progresso

-

Manuel de Pinho Pinhal & Filhos

-

-

Manuel Ferreira Neto (viúva de)

-

-

Manuel Gomes Ferreirinha

Av. do Teatro

-

Manuel Gomes Ferreirinha & C.a

-

-

Manuel Gomes Ferreirinha Júnior

-

-

Manuel J. Carvalho dos Santos (o Melro)

Av. da Graciosa

-

Manuel Martins Jacob

-

1 medalha de cobre (1907)

Manuel Neto e Filhos (viúva de)

Rua da Aliança

-

Manuel Pinhal Júnior

Rua do Cruzeiro

-

Ricardo Americano (viúva de)

Bairro da Vergada



(Gazeta de Espinho, nº 232, 18 de Junho de 1905)

PRAIA DOS BEIJINHOS


 O BEIJINHO

Derreando as costas
á procura
do beijinho
na areia
que o mar
amante enrolado
lhe deu
tanto vem
como vai
largando a
espuma branca
para escanhoar
o burgau que
agora brilhante
se junta.

 O
 meu
 na praia deles encontrei
 para ti
 é
 teu.

A poesia vai (está) à praia de leça

" O poeta pode contar ou cantar as coisas não como foram, mas como deviam ser  "
  
       (sobre
a praia de fuzelhas
leça da palmeira)                                  

Torpor

Caminho na sua peugada sobre
cabelos de algas penteadas pelo arco instável da
rebentação. E quando os seixos fenecem
(se lhes evola o brilho)
cotejamos na toalha o escol
de cada mão : os
dela (vermelhos sépia brancos
ocre) de cores claras
na minha mão há cinzentos (mais
pequenos)
nunca claros. É o
mapa de novos dias o que es
colhemos da praia :
tenho os seus como tijolos para começar castelos
os meus (quase que) nem pedra
ossos
pó de cremação.

João Luís Barreto Guimarães,

poesia reunida











.






 .
   foto leça antiga de Artur Pinto


















segunda-feira, 4 de junho de 2012

MEMÓRIAS - " Quero um Fino, uma Francesinha e um Cimbalino"

Um Fino e  Francesinha
Aquele "sitio" onde socialmente tudo acontecia era o Café.
Leça fervia de movimento nos anos 60/70 .
Junto à Igreja Matriz situava-se, para alguns, o centro  com a Junta de Freguesia, correios, bombas de gasolina Shell e Sacor e a paragem términus do autocarro 76 dos STCP  com o quisosque onde se registava o totobola e compravam os jornais : Comércio do Porto, 1º Janeiro, JN, A Republica, o Diário Popular, Diário de Lisboa, Norte Desportivo, Bola, Record, revistas e tabaco :
SG,PORTO,RITZ,MONSERRATE,KENTUCKY,PORTUGUÊS SUAVE,AVINTES,PROVISÓRIOS, DEFINITIVOS,ETC...
.

FUMAR MATA

As empresas de transporte de passageiros da RESENDE e CASTELO DA MAIA com carreira para norte: Perafita, Lavra, Angeiras,..também tinham aqui a sua paragem, junto à actual praça de Taxis.

A actividade laboral era intensa : Facar(fábrica de tubos metálicos, de servente na Galvanização da 1/2 noite às 06:00 H da manhã,soldador de fita para tubo na máquina R20, turno das 6 às 15 H e 15 às 24 H alternadamente por semana, a despenseiro  na Cantina no turno da noite, 15 ás 24 ).



Por essa altura, deu-se início à construção, nos terrenos da "areia de same", da Refinaria da Sacor. Então, por cá, viam-se muitos estrangeiros trabalhadores qualificados das principais empresas que a construiram : Foster Wheeler (USA); Comsip (FR) ; Snamprogetti (IT) . Da participação lusa ( é o nosso destino : sempre tarefeiros dos poderosos da Europa) recordo  os subempreiteiros de mão de obra pouco qualificada : a Mecanomar (Leça) e F.Mocho (Matosinhos). Por altura das paragens qualquer um de nós podia arranjar trabalho numa destas empresas. Aos rapazes, enquanto não tivessem a tropa feita era quase impossível uma colocação no mundo do trabalho.





Estaleiros Navais ( Férrinha), Conserveiras (Ramirez, Eifel,..),Fábrica de Cordas do Quintas & Quintas, APDL ( oficinas gerais), Porto de Leixões com cais de carga e descarga com os seus muitos Guindasteiros e estivadores, Madeireiros , Transitários, Pescadores ( arrasto, artesanal, traineira ) , Pilotos de Barra ( que saiam do cais do relógio ) , devido à actividade maritima os tripulantes dos navios mercantes encontravam em Leça o "STELLA MARIS" para alguns

e para outros os bares de alterne: Cubata,Cervejaria Pinto,Cabana,Esporão,onde se podiam relaxar, divertir...e pôr a conversa em dia.
Os mais novos enquanto estudantes frequentavam : as escolas primárias públicas (d'Amorosa, da Praia (duas), do Corpo Santo (só para meninas), e os privados colégios Stº António e externato Avé Maria ; no ensino secundário : Liceu Nacional D.Manuel II ( secção de Matosinhos - ao jardim Basílio Teles ) e Escola Industrial e Comercial de Matosinhos  os alunos, quase todos na sua maioria, deslocavam-se para as aulas a pé, atravessando a Ponte Móvel seguindo pela Rua Conde Alto Mearim até às escolas 4 vezes ao dia demorando em cada percurso cerca de 45mn ( horário para almoço 2 horas!).



No Desporto o acontecimento foi o Campeonato do Mundo de Futebol de 1966 assisti ao jogo Portugal 5 - Coreia do Norte 3 num dos poucos cafés com Televisão ( Preto/Negro ) o "Café Leça" propriedade de uma antiga glória do ciclismo o Sr. Agostinho Brás.

Outros cafés : Café Nacala,Conf. Briosa,Café da Ponte, Café Laika,Café Titã, Café Maravista,Marimanda,Café do Florival eram tambem ponto de encontro para se pôr a conversa em dia ou estudar. As horas mais procuradas eram : a) Intervalo para almoço  ; b) Tardinha saída de trabalho ; c) Após jantar até 22:30 H.

O cinema começa aparecer, primeiro, com a construção do Salão Paroquial da Igreja de Leça e, mais tarde, com a inauguração do cinema Chaplin junto ao café da Ponte e confeitaria Star, à ponte móvel.

Os mais velhos, já reformados, nas salas de jogos entretinham-se jogando ao Dominó ( ao Belga e Passe ) ou cartas ( sueca, copas e bisca ) e os mais novos ao Bilhar snooker ( por vezes ao "matos" ) e bilhar livre ( ao 31 ) até à hora do jogo do Leça FC ( sempre às 15:00 H de domingo ) . Os cafés enchiam de gente que íam ver os encontros antes e depois do jogo.
Bolas de snooker

Nas noites de sábado os jovens deixavam-se estar no café até mais tarde ( quem pagasse a licença poderia fechar às 2:00 H da madrugada ) e, então, no meu caso no Café Leça, era habitual e sistemático, por volta da 1/2 noite, o pedido  : " Quero um Fino, uma Francesinha e um Cimbalino, por favor" ( Menu = 300$00= 1,5€ ).Os empregados na altura eram : O gerente António (Tone das Francesinhas), ao balcão: o João, às mesas ; o Agrelos, o Manel, e o Zé ( irmão do fadista César Morgado)  que muito me aturaram e que recordo com a amizade .
Um cimbalino