terça-feira, 5 de junho de 2012

A poesia vai (está) à praia de leça

" O poeta pode contar ou cantar as coisas não como foram, mas como deviam ser  "
  
       (sobre
a praia de fuzelhas
leça da palmeira)                                  

Torpor

Caminho na sua peugada sobre
cabelos de algas penteadas pelo arco instável da
rebentação. E quando os seixos fenecem
(se lhes evola o brilho)
cotejamos na toalha o escol
de cada mão : os
dela (vermelhos sépia brancos
ocre) de cores claras
na minha mão há cinzentos (mais
pequenos)
nunca claros. É o
mapa de novos dias o que es
colhemos da praia :
tenho os seus como tijolos para começar castelos
os meus (quase que) nem pedra
ossos
pó de cremação.

João Luís Barreto Guimarães,

poesia reunida











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   foto leça antiga de Artur Pinto


















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