Os alemães conhecem-nos bem e nós a eles. Gostam de nós à sua maneira e nós a eles, à nossa.
Vai daí, como quase sempre na nossa história , fomos bater à porta de quem sabemos que é rico e fomos atendidos nas nossas pretensões mas com as condições deles.
A obra ou empréstimo (Bauarbeiten) é o complexo estrutural de ajuste a cumprir em determinado prazo com um preço final previsto.
O memorando de entendimento com a Troika é o documento fundamental para execução da obra - O resgate financeiro de Portugal .
O principal elemento da Troika, o mais rico e poderoso é a Alemanha que aceita resgatar-nos porque, gostam de nós à sua maneira. E nós gostamos deles à nossa (dos seus AUDI,BMW,MERCEDES E VW).
Em Bruxelas é assinado um contrato de adjudicação do empréstimo ou obra (Vergabe von Auftragsarbeiten) na presença de um tradutor (der Übersetzer) o Presidente da Comissão Europeia que tem uma costela nossa e é bem conhecido de todos os parceiros do empreéstimo ou donos da obra (Besitzer arbeiten) e principais financiadores do empréstimo FMI,BCE,CE.
Por precaução a Alemanha irá responder perante a Troika e Dono de Obra ( dinheiro ) (Inhaber der Bauarbeiten) sendo nomeada principal financiador ou empreiteiro da obra ( Hauptauftragnehmer für die Arbeit ) e responsável por toda a coordenação : conceção e execução de projecto, planeamento e programação e segurança da obra, fornecimento de meios operacionais, avaliações do andamento do projecto, autos de medição, pagamentos destes e multas. Recepções provisórias e recepção definitiva. Velará pelos prazos de garantia.
A Portugal caberá (por tradicional vocação) o lugar de sub-empreiteiro de obra (fleißige Hände)
Os termos do contrato (Bedingungen des Vertrages) :
- Local da Obra : Praça do Comércio, Lisboa (há sempre uma Marienplatz)
- Responsáveis da obra (Bauleiter) : a Chanceller da Alemanha e o 1º Ministro de Portugal.
- Encarregados de obra (polier ) : os Ministros Finanças dos dois países.
- Mão de Obra : os trabalhadores funcionários públicos mais todos os outros de Portugal
O prazo acordado é curto até 2013 , a equipe de func. públicos do Min. Finanças reduzida mas eficaz, haverá uma lista de nomes e funções . Aqueles que não se ajustarem ao ritmo e exigências de trabalho serão imediatamente substituídos por outros e os vencimentos e impostos terão que ser do conhecimento das autoridades alemãs. Em termos de segurança no trabalho haverá tolerância zero.
Estando tudo bem definido dá-se o arranque da Obra. Os Alemães exigem aos Portugueses :
- um programa detalhado do método construtivo, ( medidas a adoptar no combate ao déficit )
- lista de pedido antecipado dos meios operacionais ( mecanismos de apoio )
- previsão e cronograma financeiro de acordo com os autos de medição ( avaliação trimestral )
- cumprimento rigoroso dos termos do contrato. Custe o que custar.
O Bauleiter Português sabendo disso terá uma grande crise de ansiedade e stress mas levará o seu mandato na sua empresa até ao fim 2015. Depois dessa data irá trabalhar para a privada. Manter-se-á sempre amigo do intérprete Presidente da Comissão Europeia .
Por outro lado, O Bauleiter e o Polier alemão vão mostrar grande apreço e confiança no trabalho do polier português, o Ministro das Finanças, quer no aspecto técnico quer social. Competente e subserviente para com quem emprestou o dinheiro. Já com a situação resolvida e pouco antes do fim do prazo abandonará o cargo e irá trabalhar para outras obras dos alemães.
Os funcionários públicos das finanças esses vão dar tudo por tudo, vão todos emagrecer devido à dureza do trabalho, terão prémios de desempenho e econòmicamente sairão beneficiados . Ficarão com as suas competências alargadas depois desta colaboração luso-alemã. Foi-lhes sempre possível ver o Campeonato da Europa de Futebol e gritar : Viva Portugal !!!
Durante o desenrolar do trabalho também gozaram com alegria o Stº António e o S. João.
A verdade é que Portugal cumpriu o que parecia impossível. executar a obra na perfeição e no prazo.
Os Bauleiter e os Polier e o intérprete no final da obra juntaram-se para um almoço, e deram um passeio de barco no Mar de Schwerin. Na viagem de barco o Polier alemão ofereceu um copo de sumo laranja
ao Bauleiter Português ( o álcool era proibido a bordo ) que por educação aceitou. Levou o copo à boca e provou . Sabia a vodka ?!?!
No final o dono de obra, como agradecimento, ofereceu como é de tradição em final de obra um lanche comemorativo e tipicamente alemão com muita salsicha e cerveja.
Compareceram as figuras mais representativas das duas empresas, projectistas e os trabalhadores. Coube ao polier alemão fazer o tradicional Discurso -Richtspruch (em escrita gótica ). Transcreve-se a parte que nos cabe :
Mit Bunst und Derlaub !
Portugiesisch fleißige Hände
erstellten in kurzer frist aus Beton:
Sohle, Stützen, Decken und Vände.
Mit Difer und biel Bedaacht ist dieses
stolze Verk dollbracht.
Kein Dachstuhl trocknet auf diesem Haus,
Das ist nun mal der Zeiten Lauf.
mohn- und Geschäftshaus Lisboa Polier, J. Buß
Lisboa, den 7.8.2013
Leitura de Sentença de Julgamento
Por favor e com a vossa permissão !
O árduo trabalho dos Portugueses
Criou num curto período uma obra cristalina de betão :
Ensoleiramento, pilares, paredes e tectos.
Com sabedoria e diferença poderão orgulhar-se do trabalho desta boneca.
A água que inundou esta casa secou.
Isto não é mais que deixar passar o tempo.
Papoila- Edificio Praça do Comércio Lisboa
Lisboa, a 7.8.2013
Nota : A recepção definitiva da obra foi feita juntamente com uma lista de defeitos aprovada pelos dois Bauleiters. Os Portugueses tiveram que indemnizar os alemães dos valores, posteriormente, apurados.
Continuaram a fazer mais algumas obras para os alemães. Porém, como a Economia Alemã abrandou os Portugueses com os conhecimentos adquiridos foram investir noutros países fora da Europa.
( Este texto é ficcionado e baseado numa realidade vivida )
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