sexta-feira, 30 de março de 2012
A costa portuguesa
"Esta nossa terra portuguesa vai pela costa fora sempre de braços abertos para o mar, estreitando-o amorosamente contra si.
Todas as povoações são viradas para o mar.
O sol doira uma janela, uma eira, um espigueiro, o campo de milho alimentado por sargaço que tem os pés na água."
(RAUL BRANDÃO, A Costa, 10 de Agosto-1921)
« Colhe o dia, porque és ele »
Dia D, esta madrugada inicío do embarque rumo a ....
" Uns, com os olhos postos no passado..."
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem : outros fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto
A segurança nossa ? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É o que somos, e é tudo
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morremos. Colhe
O dia, porque és ele.
28/08/1933, Ricardo Reis
" Uns, com os olhos postos no passado..."
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem : outros fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto
A segurança nossa ? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É o que somos, e é tudo
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morremos. Colhe
O dia, porque és ele.
28/08/1933, Ricardo Reis
quinta-feira, 29 de março de 2012
PORTUGAL : FUTEBOL GERA POBREZA PARA MUITOS E EXAGERADA RIQUEZA PARA POUCOS
Como seria o País :
- sem tantos estádios construídos para o EURO 2004
- sem as dívidas dos três grandes no valor de milhões de euros
- se as pessoas deixassem de ir aos estádios de futebol assistir aos jogos
- se as pessoas não aderissem à PAY TV
- com os canais temáticos de futebol ignorados e não subscritos
- sem os comentadores de futebol das TV´s a ganharem á custa...
Os vencimentos escandalosos de muitos ligados a estas actividades baixariam.
Os portugueses teriam mais instrução e emprego.
Quem não percebe isto pode consultar o " Dicionário do Século XXI" de JACQUES ATTALI
" O futebol transformar-se-á em indústria de altíssimo nível ; as equipes tornar-se-ão propriedade de empresas multinacionais no controlo de numerosos clubes no mundo inteiro e constituindo equipes de jogadores circulando de um clube a outro segundo as necessidades".
Ou como diz Luiz Zanin Oriccho [=] Fome da Bola ...
" O jogador torna-se uma commodity como outra qualquer, e gera lucros quando se movimenta. Com isso, a instabilidade passa a ser norma, e as transferências se tornam cada vez mais frequentes, rápidas e prematuras. Tudo conforme o figurino da economia especulativa globalizada, que pede flexibilidade de relações e giro rápido de capitais "
Os clubes são geridos por SAD´s . Os principais clubes, chamados os 4 grandes, os Conselhos de Administração e Directores Gerais ganham vencimentos escandalosos, conduzem viaturas de clube topo de topo de gama e os jogadores (activos) sobre-avaliados pertencendo a fundos privados de accionistas nacionais e estrangeiros registados em off-shores.
Nos restantes clubes da 1ª liga é situação normal e corrente os jogadores terem vencimentos ou salários em atraso. Ensaiam-se greves e rescisões de contratos por incumprimento das obrigações salariais das entidades patronais ( clubes deficitários). As receitas televisivas são distribuídas de forma desigual pelos clubes : 60 % da receita é dos 4 grandes da 1ª Liga ( Benfica, Porto, Sporting, Braga ). Há, portanto, desigualdade na competição do principal campeonato nacional.
As dívidas aos Bancos nacionais são atiradas para a frente. Ascendem a milhões de milhões de euros igual aos seus passivos.
Entretanto, no momento actual, esses Bancos têm que ser recapitalizados, por imposição da Troika, e resgatados pelo governo português querendo isto dizer que as dívidas absurdas dos principais clubes são pagas com o dinheiro de todos os contribuintes portugueses!
Será por isto que nós gostamos tanto de Futebol ? Estranho, não é ?
A corrupção é ....inexistente.! ! ! Nunca se prova a fuga ao fisco nem o branqueamento de capitais nesses clubes !
O Futebol em Portugal é uma Festa, viva a Festa !
Sê livre no teu Caminho, parte à aventura na vida !
"La
libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron
los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierran la tierra y
el mar: por la libertad, así como por la honra, se puede y debe aventurar la
vida"
Miguel de
Cervantes Saavedra
Só falta arrancar. é já amanhã. o enxoval a transportar na mochila está pronto. por agora espalhado, assim vê-se melhor para que nada falte.sei de antemão que vou levar tudo o que não preciso e vou esquecer o que fará mais falta. é sempre assim. a lista foi feita com tempo, as coisas em falta foram adquiridas pouco a pouco. as últimas foram compradas ontem . a dúvida sobre o que é essencial divide-me nas opções.desta vez vou fazer o percurso a pé, no meu 2º caminho central português a Santiago de Compostela, o peso do material a transportar é factor decisivo nas minhas escolhas. a serra da labruja, a partir do café do nunes, nem com uma sande de presunto e uma caneca de tinto como doping aí tomados, perdoará se levarmos peso em excesso, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
demos ( eu e ela ) atenção especial ao kit de 1ºs socorros : adesivos, gazes, linha, agulha, tesoura, pensos rápidos, betadine em pasta, vaselina, septil pó ( 4,4 % polivinilpirrolidona), protector solar 50+ UVB+UVA,etc....
o que não pesará, vai ser a liberdade de conviver com a natureza nesta semana de páscoa, conhecer outras pessoas, outros lugares, outros costumes, vestir simples, dormir a correr, tirar fotos, andar no campo, ora lavrado, ora florestal, trilhos cansados de tantos pés os pisarem, desvio nas estradas, evitar carros, voltar ao caminho rural,
procurar as setas amarelas, parar num fontanário, pedir uma informação, dizer de onde sou e para onde vou, subir a serra, descer até ao vale, ver o rio correr, o redemoínho, os pássaros a cantar, falar em portugûes, espanhol, francês, inglês e ouvir...ouvir....parar, pedir ajuda e ajudar, dizer para casa que está tudo bem, que estou aqui a caminho de acolá, que vou chegar por volta das... que conheci, que vi, que ouvi, que...era isto que esperava fazer há muito tempo, que não dou por passar o tempo....e esqueci-me de lhe perguntar como vão as coisas no país e no mundo...também não me interessa, não me preocupo com isso, tenho que guardar as forças para o caminho sem ser condicionado por repetentes e desvastadoras más noticias dos telejornais que me acorrentam e reprimem na vontade de ser livre e sair por aí em busca de mim...
serviço universal, bomba 3, mangueira 4
viva mais barato, com bens e serviços colocados ao dispor do cliente final no acto da venda.
obrigado e boa viagem!
sempre no mesmo local. esperamos em breve a sua visita.
obrigado e boa viagem!
é a voz de uma pequena coluna, tipo rádio, colocada por cima e ao lado da abertura por onde sai o aparelho leitor de MB. a menina é educada e simpática. está protegida, sentada numa cadeira dentro de um vaso de betão com janela a toda a volta. vigia tudo e actua mais rápido que as camaras de vigilância. abre cancela, fecha cancela, recebe cartão, devolve cartão mais talão mais factura. umas vezes pede nrº contribuinte outras não, recebe dinheiro e dá troco ou não. diz sempre até amanhã que até poderá ser até logo. sabe que a vamos ver em breve e nós ainda não desistimos de a ver. parece que gostámos muito dela porque a visitámos cada vez com mais frequência. Quem ? nos governa apadrinha o nosso enamoramento, gosta de nos ver juntos. Quem ? nos governa está a fazer tudo por tudo para que nunca nos separemos. porém, como todas as paixões esta um dia vai terminar. até pode levar à morte como no Romeu e Julieta.
porque terei aqui de voltar ? Sim tenho 1.429 razões para voltar se quiser andar mais um pouco.
e porque não voltar acolá ? Sim é mais perto, mas por 1.529 razões prefiro não ir acolá se quiser andar mais um pouco.
vezes sem conta perguntei se valeria a pena o sacrificio e pensei 0.100 x 200.4802364 = 20.0482364 ?
desculpem é que já estou muito afectado pelas outras razões de consumos medidos, consumos estimados e arredondamentos à décima milésima do tipo : preço (€) 0,0010 .
puseram-me, agora, com os olhos em bico ! tornando-se a minha vida um bico de obra de sobrevivência.
mexe comigo o que dantes não Mexia. e agora ? puseram-me, agora, com os olhos em bico ! no serviço universal.
e já não vejo tantas vezes a menina da bomba 3, mangueira 4.
terça-feira, 27 de março de 2012
" BADJUDA DE SAIA CURTO"
a nova estrada passava ao lado da tabanca da badjuda.
de manhã, ainda cedo, lá estava ela, lá em cima no seu posto de observação vendo-nos passar.
descalça, "saia curto", tronco nú, dentes muito brancos e acenando à nossa passagem.
possuía "os mangos derechos" que como alguém disse mais pareciam umas tangerinas.
Irradiava beleza e simpatia.
Ría, ría sempre ...e ....acenava sempre, para que reparassem nela.
Não era dificil porque era bonita.
O adeus dela mais parecia um chamamento...para que a levassem dali.
---------------------------------------------------------------------------------
Alguém dissera que o pai a tinha prometida a troco de uma bicicleta e uma vaca !!!!
O HÓSPEDE DO HOTEL MEDINA DE BOÉ
Placa indicativa =» Hotel Medina de Boé.
Um ? disse eu ! hotel por aqui? segui com o Jeep na direcção indicada.
Chego lá ràpidamente. Trata-se de um conjunto de casas em redondo, tipo moinho, feito em blocos de adobe/lama, pintados de branco e com cobertura em palha tradicional. Ainda estava em construção todo o Resort. Mas prometia vir a ser engraçado após conclusão.
O Bar estava assinalado dirigi-me para lá. Aqui o calor e a humidade apela à bebida constantemente.
Entro e peço uma cerveja é-me servida uma de lata "Hollande", está quente. A música é engraçada, ritmo africano que sai de cassete. Uma rapariga que faz limpeza às mesas ensaia uns passos de dança. Duas ventoinhas eléctricas a trabalhar simulam alguma frescura. O vento quente sopra na cara e faz correr o suor. O cavalheiro que me serviu diz-me que um outro que está sentado a um canto mal iluminado pede para que eu me junte a ele na sua mesa. Acedi. Apresentei-me e ele fez o mesmo comigo.Falamos sobre os nossos trabalhos, sobre isto e sobre aquilo, sobre a Guiné e sobre Portugal. Perguntou-me :
(foto Cachimbo Clube de Portugal-artesãos portugueses )
- Quando vais para Lisboa ? Eu gosto muito do Ouro de Portugal. E dos cachimbos em madeira também.Sou coleccionador e os feitos na tua terra são bons.Quando regressares traz-me ouro e cachimbos que eu compro-te tudo, ok ?
Ficou prometido, mas quando eu saí da Guiné não voltei mais, ficou a promessa por cumprir.
Um ? disse eu ! hotel por aqui? segui com o Jeep na direcção indicada.
Chego lá ràpidamente. Trata-se de um conjunto de casas em redondo, tipo moinho, feito em blocos de adobe/lama, pintados de branco e com cobertura em palha tradicional. Ainda estava em construção todo o Resort. Mas prometia vir a ser engraçado após conclusão.
O Bar estava assinalado dirigi-me para lá. Aqui o calor e a humidade apela à bebida constantemente.
Entro e peço uma cerveja é-me servida uma de lata "Hollande", está quente. A música é engraçada, ritmo africano que sai de cassete. Uma rapariga que faz limpeza às mesas ensaia uns passos de dança. Duas ventoinhas eléctricas a trabalhar simulam alguma frescura. O vento quente sopra na cara e faz correr o suor. O cavalheiro que me serviu diz-me que um outro que está sentado a um canto mal iluminado pede para que eu me junte a ele na sua mesa. Acedi. Apresentei-me e ele fez o mesmo comigo.Falamos sobre os nossos trabalhos, sobre isto e sobre aquilo, sobre a Guiné e sobre Portugal. Perguntou-me :
(foto Cachimbo Clube de Portugal-artesãos portugueses )
- Quando vais para Lisboa ? Eu gosto muito do Ouro de Portugal. E dos cachimbos em madeira também.Sou coleccionador e os feitos na tua terra são bons.Quando regressares traz-me ouro e cachimbos que eu compro-te tudo, ok ?
Ficou prometido, mas quando eu saí da Guiné não voltei mais, ficou a promessa por cumprir.
III - VOLTAS À VOLTA DA OBRA DO GABÚ-SONACO
Suma pé de Bissilão/assim Ku na firma/pabia assim Ki luta
porque assim é a luta/estar de pé firme/como pé de Bissilão
(ALIU BARRI, Pé de Bissilão,1980)
segunda-feira, 26 de março de 2012
A CAMINHO DE SANTIAGO .....
domingo, 25 de março de 2012
II - VOLTAS À VOLTA DA OBRA DO GABÚ-SONACO
"Esses jogadores eram, e serão sempre os nossos heróis.
Ou se vocês quiserem, os nossos astronautas.São todos eles sem exceção, homens destemidos, que foram para longe e voltaram, cumprindo aquilo que deles se esperava.
Se lá na América eles chegaram à Lua, por aqui os nossos foram à Suécia, ao Chile, ao México, ao Maracanã, ao Olimpico, ao Mineirão,.[ ( a Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, ao F.C. do Porto, ao Sporting e ao Benfica )] e voltaram vencedores".
(Estado de S. Paulo, João Moreira Salles )
Ou se vocês quiserem, os nossos astronautas.São todos eles sem exceção, homens destemidos, que foram para longe e voltaram, cumprindo aquilo que deles se esperava.
Se lá na América eles chegaram à Lua, por aqui os nossos foram à Suécia, ao Chile, ao México, ao Maracanã, ao Olimpico, ao Mineirão,.[ ( a Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, ao F.C. do Porto, ao Sporting e ao Benfica )] e voltaram vencedores".
(Estado de S. Paulo, João Moreira Salles )
I - VOLTAS À VOLTA DA OBRA DO GABÚ-SONACO
" à volta do bissilon com a meninada à minha volta "
Ano : 1990
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
DIA DA MENINADA
Seria bom viver num Mundo Global.
C'má era bnite vivê num Mundo de Nôs tôde
sem haver tristes crianças
sem encontrá tristes m'nines
com vidas nessas Áfricas de riqueza colossal
tá sofrê nesse África de riqueza demundo
onde a amarga verde folha é comida...
donde pájâ ê góra c'mida de gente
===================================
Sim, viver num Mundo Global
Sim, morâ num Munde de Tude Gente
onde não existam costelas arcadas,
sem odjá costela de gente saíde
sujidade e moscas na face angelical
miséria, moscas naquês carinhas de m'nines
De meninos com vidas acabadas
De m'nines de vida cabôde
Por este Nosso Mundo tão desigual,
por causa deste nôs munde desgraçôde
d'esbanjamentos de comidas
de fartura de c'midas na caxôte de lixe
onde não se vê ténue sinal
sem mostra de crê mudâ,
de Bondade p'ras Almas sem Vidas...
E nós, aqui, viramos a cara pr'os lados,
e tude gente ta vrá cara pâ lôde!
o mesmo fazendo os Governantes,
Moda governantes que ta mandá
nossos e delas - pobres Áfricas!
De nôs e d'eze - pobre África!
ó África pôbre das enxadas
sem tchuba pâ enterrâ grão de midges...
Portugal 11/6/2005 - Forte da Casa
adriano.gominho@sapo.pt
sábado, 24 de março de 2012
A Obra (II) : A PISTA RURAL GABÚ - SONACO
"As
vezes quando o sol nas matas virgens
A
fogueira das tardes accendia.. ."
(Castro Alves)
(Castro Alves)
Ano : 1990
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
1. A EXECUÇÃO DO PROJECTO : "MELHORAMENTO DAS PISTAS RURAIS GABÚ-SONACO-PIRADA"
As dificuldades da execução de uma obra em África são bem conhecidas e aqui lembro algumas :
- Indefinição do projecto definitivo de execução de obra
- Fonte de financiamento e pagamentos
- Dificuldades tradicionais :
b) Logistica, há sempre falta de alguma coisa : licenças, máquinas, peças de máquinas , gasóleo, óleo, água, cimento, brita, areia, madeira, pregos, etc.
Se durante a execução da obra melhorarem o seu rendimento disponível tanto melhor. Para alguns ou quase todos seria bom que a obra durasse, durasse...era sinal de haver trabalho,pão para eles e respectivas familias.
Por vezes, a densidade de árvores obriga a um desvio do percurso da pista rural existente para evitar os danos ambientais e até de certo modo economizar meios e tempo. Então procura-se o entendimento com as autoridades financiadoras e financiadas. E a nova estrada vai ser construída :
- Procede-se ao levantamento do terreno, implantação, piquetagem, corte de raízes e executa-se em latrite ( a terra vermelha de áfrica, saibro que bem aperta e até o coração ) a sub-base e base e "couche de roulement" ou faixa de rodagem, box cuvers e valetas longitudinais e transversais.
É um trabalho árduo e rigoroso. A latrite vem das pedreiras a alguns héctometros de distancia, a Komatsu faz o desbaste, remove e escava. As pás carregadoras colocam a latrite em cima dos camiões, estes colocam-na na estrada, as máquinas espalham, os cilindros compactam, o camião de rega humidifica, os protores são levados para o laboratório.
A motoniveladora espalha, acerta o relevé e desenha as valetas. A latrite bem compactada vai permitir, antes da rega e do alcatrão, velocidades de 120 Km/h, as pessoas ganharão tempo e agora muitas vidas serão salvas . As deslocações aos hospitais serão agora mais rápidas.
Na época das chuvas, em certos lugares da pista, aparecem uns riachos de forte caudal. A população local mais velha informa e pede para que nesse ponto se construa uma espécie de pontão. Por norma , esse pedido é atendido e o Box Cuver é construído tendo em atenção o seu montante e juzante de acordo com a informação oral recolhida.
Á esquerda terra escavada para a implantação de mais um pontão.
À direita box cuver antigo existente na velha pista rural
Dano ambiental : as pistas rurais coloniais com +/- 3 m.l. largura eram ladeadas por árvores. No novo projecto passariam a 5 m.l. de faixa de rodagem mais valetas pelo que seria necessário, em alguns troços, proceder ao abate de árvores.
Na foto, no chão Bisselon abatido.Árvore com propriedades terapêuticas tradicionais ( antipirético, emético, genito-uro-nefropatias,malária).
A Obra (I) : A PISTA RURAL GABÚ - SONACO
Ano : 1990
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
Estas casas situavam-se na vizinhança, confinavam a leste, da moradia do Comandante Marciano pelo que de certa maneira nos sentíamos protegidos pela segurança militar deste bom e simpático vizinho.
Do outro lado da rua e em frente ficava a residência dos encarregados. O de frente de estrada Rabaçal ( guardião dos medicamentos de farmácia, havia sido enfermeiro na tropa e havia que ter cuidado com o paludismo) e o encarregado de estaleiro ( gasóleo, ferramentas, oficinas mecânicas, laboratório de ensaios,etc.) o Matos. Este em tempos estivera à frente da pedreira de Finete.
Todas as nossas propriedades possuíam um guarda/vigilante nocturno.
Habitações e estaleiro ficavam na mesma rua . Sendo que o estaleiro mais abaixo, como nós dizíamos.
2. O PROJECTO : "MELHORAMENTO DAS PISTAS RURAIS GABÚ-SONACO-PIRADA"
Projecto e condições eram da BCOM, o financiamento a cargo do Banco Mundial e CEE, a fiscalização da CEE e a execução a cargo da Soares da Costa.
Nacionais Guineenses os responsáveis por :
- Direcção local de Obra : Engº Rui Araújo
-Refeitório ( despenseiro e cozinheiro )
-Oficina mecânica estaleiro
- Laboratório de Ensaios : Candé
- Topografia
-Pessoal frente de obra :
-Mecânicos
- Equipes de corte de raízes e abate de árvores ( poucas ) : Rui
-Buldozers : Komatsu , Cat D6H
-Camiões ( maioritáriamente fulas da região) : MAN, SCANIA
-Pas Carregadoras Cat
-Motoniveladora (CAT 12 F ) - Zé Balanta
- Pickups Toyota
A maioria destes profissionais provinham da execução da empreitada de pista do aeroporto, portanto, gente muito qualificada.
Os expatriados funcionavam como ligação à Delegação da Empresa em Bissau e elementos de enquadramento do pessoal obra. Encarregados : Rabaçal e Matos ; mecânicos : Loureiro e Serafim ; carpinteiros de cofragem; Braga e António.
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
- ESTALEIRO : "NO GABÚ"
Estas casas situavam-se na vizinhança, confinavam a leste, da moradia do Comandante Marciano pelo que de certa maneira nos sentíamos protegidos pela segurança militar deste bom e simpático vizinho.
Do outro lado da rua e em frente ficava a residência dos encarregados. O de frente de estrada Rabaçal ( guardião dos medicamentos de farmácia, havia sido enfermeiro na tropa e havia que ter cuidado com o paludismo) e o encarregado de estaleiro ( gasóleo, ferramentas, oficinas mecânicas, laboratório de ensaios,etc.) o Matos. Este em tempos estivera à frente da pedreira de Finete.
Todas as nossas propriedades possuíam um guarda/vigilante nocturno.
Habitações e estaleiro ficavam na mesma rua . Sendo que o estaleiro mais abaixo, como nós dizíamos.
2. O PROJECTO : "MELHORAMENTO DAS PISTAS RURAIS GABÚ-SONACO-PIRADA"
Projecto e condições eram da BCOM, o financiamento a cargo do Banco Mundial e CEE, a fiscalização da CEE e a execução a cargo da Soares da Costa.
Nacionais Guineenses os responsáveis por :
- Direcção local de Obra : Engº Rui Araújo
-Refeitório ( despenseiro e cozinheiro )
-Oficina mecânica estaleiro
- Laboratório de Ensaios : Candé
- Topografia
-Pessoal frente de obra :
-Mecânicos
- Equipes de corte de raízes e abate de árvores ( poucas ) : Rui
-Buldozers : Komatsu , Cat D6H
-Camiões ( maioritáriamente fulas da região) : MAN, SCANIA
-Pas Carregadoras Cat
-Motoniveladora (CAT 12 F ) - Zé Balanta
- Pickups Toyota
A maioria destes profissionais provinham da execução da empreitada de pista do aeroporto, portanto, gente muito qualificada.
Os expatriados funcionavam como ligação à Delegação da Empresa em Bissau e elementos de enquadramento do pessoal obra. Encarregados : Rabaçal e Matos ; mecânicos : Loureiro e Serafim ; carpinteiros de cofragem; Braga e António.
quinta-feira, 22 de março de 2012
O meu 1º Caminho Central Português de Santiago ( O Regresso a Casa
11ª Etapa, 23/07/2011, 10 : 23 H
SEMPRE CHEGAMOS AO SÍTIO AONDE NOS ESPERAM
Santiago Compostela»»»» Porto
Junto à Catedral estava montado um palco para actuação de agrupamentos musicais nessa noite. Comemoração a 24 do dia do Apóstolo Tiago. Haveria fogo de artificio na Catedral, porém, por compromisso familiar teria que chegar nesse dia ao Porto.
A minha amiga Sasja foi comigo até à estação de caminho de ferro. Tomámos juntos no café da estação o último pequeno almoço da nossa viagem. É duro despedir-mo-nos de um amigo do caminho. Mas o que tem que ser tem muita força. Ficarão no coração para sempre os amigos deste caminho. Como levei bicicleta, importa referir que nada paguei para a trazer no comboio de volta . O custo foi de :
RENFE
"Não lhe interessa perguntar donde veio a comida nem quem a preparou, o que conta é que a malga venha cheia e o caldo não seja de todo intragável "
SEMPRE CHEGAMOS AO SÍTIO AONDE NOS ESPERAM
Santiago Compostela»»»» Porto
Junto à Catedral estava montado um palco para actuação de agrupamentos musicais nessa noite. Comemoração a 24 do dia do Apóstolo Tiago. Haveria fogo de artificio na Catedral, porém, por compromisso familiar teria que chegar nesse dia ao Porto.
A minha amiga Sasja foi comigo até à estação de caminho de ferro. Tomámos juntos no café da estação o último pequeno almoço da nossa viagem. É duro despedir-mo-nos de um amigo do caminho. Mas o que tem que ser tem muita força. Ficarão no coração para sempre os amigos deste caminho. Como levei bicicleta, importa referir que nada paguei para a trazer no comboio de volta . O custo foi de :
RENFE
- Santiago (10:23) » Vigo (12:05) = 7.65€ ( General )
- Santiago (10:23) » Vigo (12:05) = 0.00€ ( Bicicletas )
- Vigo (19:37) » Valenza (20:36) = 2.35€ ( General )
- Vigo (19:37) » Valenza (20:36) = 0.00€ ( Bicicletas )
- Valença (19:49) » Ermesinde (22:39 ) = 9.00 € ( inclui Bicicleta grátis, há uma diferença horária de 1 hora )
- Barcelos-Casa da Recoleta : 5€
- Vitorino de Piães - Casa Fernanda : facultativo
- Paredes de Coura - S.Pedro de Rubiães : facultativo
- Ponte de Lima - Albergue de Peregrinos : 5€
- Tui - Albergue do Peregrino ( privado) : 11€
- Mos - Albergue de Mos : 5€
- Portas - Albergue de Briallos : 5€
- Albergue de Valga : 5€
- Albergue de Teo : 5€
- Compostela : Albergue Seminario Menor : 12 €
"Não lhe interessa perguntar donde veio a comida nem quem a preparou, o que conta é que a malga venha cheia e o caldo não seja de todo intragável "
VIAJAR NO PORTO EM TEMPOS DE GREVE GERAL
Passageiro : SAS - Boarding Pass CS / PNR 8Bxxxx
Flight SK xxxx
" LH xxxx
Hora prevista de chegada 23:30 H de 21-03-2012.
As luzes brancas acesas no pavimento indicavam a direcção do local de chegadas ao aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto. Fui pontual. Há pouco movimento, a policía, que normalmente anda por ali a impedir estacionamentos prolongados, não se vê. Desligo as luzes do carro, mas mantenho o aquecimento ligado, faz frio lá fora. Olho pela janela para a gare, nada, olho pelo retrovisor, suspiro de alívio, vejo o meu filho que chega de outros pontos da Europa, conhece bem o carro, vem ao meu encontro, bem disposto, risonho mas um pouco preocupado, com ele veêm outros dois jovens que não conheço. Abre a porta do carro, olá Pai, estás bem? Olha podes levar estes dois ao Porto ? É que devido à Greve Geral não há comboios para baixo e eles querem ir para Coimbra,são suiços e até já me pediram o telefone para fazerem uma chamada a um amigo que têm lá e que lhes disse que se apressassem porque às 00:45 H sairia uma camioneta do Porto . Calei-me, quem cala consente, 23:50 H não havia mais tempo a perder.
Saí do aeroporto, direcção A4 Matosinhos-Porto, entro A4 direcção Matosinhos até à entrada para A28, desvio para Porto-A1, passo em frente ao NorteShopping de Matosinhos atravesso o túnel da Rotunda dos Produtos Estrela, entro na Av. da AIP, deixo o desvio para a A1-Lisboa á minha direita, já estou na zona de Francos, entrada da cidade e eis-me na Rotunda da Boavista,
o diálogo inglesado dos três jovens é constante, "you see" é a Casa da Música
se fores por esta avenida abaixo vais ter ao Museu de Serralves, poderás apreciar Arte Contemporãnea, na Rotunda viro á direita passo ao Shopping do Bom Sucesso que fica à minha direita continuo passo pelo arco dos prédios da confeitaria Petúlia e vou em direcção à Praça da Galiza, ao centro de camionagem da Internorte que está encerrado e sem gente. As explicações sobre os locais emblemáticos do Porto aos jovens suiços continua, mostram-se interessados em saber, há pouco transito ruas quase vazias, subo em direcção ao Palácio de Cristal, anuncia-se aqui uma mostra académica a realizar pela UP, continuo em direcção ao Hospital de Stº António, passo à porta das Urgências tudo calmo, a Rua da Restauração que dá para o Douro fica para trás, passo por cima do viaduto que separa o hospital da Cooperativa Árvore e chego à Central da Renex. Ainda está aberta mas informam que para Coimbra fossemos à Batalha. Continuamos...contornamos o jardim da Cordoaria, Palácio da Justiça, Casa da Reclusão ( é dito aos jovens estrangeiros que o nosso vulto da literatura Camilo Castelo Branco, autor do Amor de Perdição, esteve aqui preso, o ex-libris da cidade da cidade do Porto ,a Torre dos Clérigosestá iluminada, descemos até à Av. dos Aliados ,a nossa sala de visitas, está mais bonita depois da inauguração do Hotel InterContinental***** e o seu (Café Astória)
viramos aqui à direita, à nossa esquerda a estação ferroviária de S.Bento,
sempre bonita mas sem movimento, subimos em direcção ao tabuleiro superior da Ponte de Luis mas ao chegar à Sé do Porto, evitamos uma e outra, viramos à esquerda entramos no viaduto de Duque de Loulé,
contornamos o quarteirão e fomos ao terminal de autocarros que fica quase em frente ao Teatro de S.João. Estava a sair um mini-bus, o motorista informou-nos que para Coimbra teríamos que passar novamente o viaduto Duque de Loulé entrar em Alexandre Herculano e procurar na Garagem Atlântico. Foi o que fizémos, o jovem do Porto foi `" à ventanilha", venda de bilhetes, inteirar-se se haveria viagens. Em questão de minutos regressou ao carro e disse a um dos jovens " You are a lucky man " há autocarro às 00: 45 H faltavam 30 minutos. Ajudou a transportar as suas malas. Despedimo-nos logo ali em frente à garagem no passeio do outro lado da rua com o sempre " nice meet you" and "good travel". Eles agradeceram a ajuda com um "thank you, very much" e para a receberem não precisaram de recorrer `a greve. Não lhes perguntei o nome, também não interessava. Estavam a estudar em Coimbra. Solidariedade, hoje nós , amanhã eles. Nós portugueses somos um povo solidário a Viajar no Porto em tempos de Greve Geral.
Flight SK xxxx
" LH xxxx
Hora prevista de chegada 23:30 H de 21-03-2012.
As luzes brancas acesas no pavimento indicavam a direcção do local de chegadas ao aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto. Fui pontual. Há pouco movimento, a policía, que normalmente anda por ali a impedir estacionamentos prolongados, não se vê. Desligo as luzes do carro, mas mantenho o aquecimento ligado, faz frio lá fora. Olho pela janela para a gare, nada, olho pelo retrovisor, suspiro de alívio, vejo o meu filho que chega de outros pontos da Europa, conhece bem o carro, vem ao meu encontro, bem disposto, risonho mas um pouco preocupado, com ele veêm outros dois jovens que não conheço. Abre a porta do carro, olá Pai, estás bem? Olha podes levar estes dois ao Porto ? É que devido à Greve Geral não há comboios para baixo e eles querem ir para Coimbra,são suiços e até já me pediram o telefone para fazerem uma chamada a um amigo que têm lá e que lhes disse que se apressassem porque às 00:45 H sairia uma camioneta do Porto . Calei-me, quem cala consente, 23:50 H não havia mais tempo a perder.
Saí do aeroporto, direcção A4 Matosinhos-Porto, entro A4 direcção Matosinhos até à entrada para A28, desvio para Porto-A1, passo em frente ao NorteShopping de Matosinhos atravesso o túnel da Rotunda dos Produtos Estrela, entro na Av. da AIP, deixo o desvio para a A1-Lisboa á minha direita, já estou na zona de Francos, entrada da cidade e eis-me na Rotunda da Boavista,
o diálogo inglesado dos três jovens é constante, "you see" é a Casa da Música
se fores por esta avenida abaixo vais ter ao Museu de Serralves, poderás apreciar Arte Contemporãnea, na Rotunda viro á direita passo ao Shopping do Bom Sucesso que fica à minha direita continuo passo pelo arco dos prédios da confeitaria Petúlia e vou em direcção à Praça da Galiza, ao centro de camionagem da Internorte que está encerrado e sem gente. As explicações sobre os locais emblemáticos do Porto aos jovens suiços continua, mostram-se interessados em saber, há pouco transito ruas quase vazias, subo em direcção ao Palácio de Cristal, anuncia-se aqui uma mostra académica a realizar pela UP, continuo em direcção ao Hospital de Stº António, passo à porta das Urgências tudo calmo, a Rua da Restauração que dá para o Douro fica para trás, passo por cima do viaduto que separa o hospital da Cooperativa Árvore e chego à Central da Renex. Ainda está aberta mas informam que para Coimbra fossemos à Batalha. Continuamos...contornamos o jardim da Cordoaria, Palácio da Justiça, Casa da Reclusão ( é dito aos jovens estrangeiros que o nosso vulto da literatura Camilo Castelo Branco, autor do Amor de Perdição, esteve aqui preso, o ex-libris da cidade da cidade do Porto ,a Torre dos Clérigosestá iluminada, descemos até à Av. dos Aliados ,a nossa sala de visitas, está mais bonita depois da inauguração do Hotel InterContinental***** e o seu (Café Astória)
sempre bonita mas sem movimento, subimos em direcção ao tabuleiro superior da Ponte de Luis mas ao chegar à Sé do Porto, evitamos uma e outra, viramos à esquerda entramos no viaduto de Duque de Loulé,
contornamos o quarteirão e fomos ao terminal de autocarros que fica quase em frente ao Teatro de S.João. Estava a sair um mini-bus, o motorista informou-nos que para Coimbra teríamos que passar novamente o viaduto Duque de Loulé entrar em Alexandre Herculano e procurar na Garagem Atlântico. Foi o que fizémos, o jovem do Porto foi `" à ventanilha", venda de bilhetes, inteirar-se se haveria viagens. Em questão de minutos regressou ao carro e disse a um dos jovens " You are a lucky man " há autocarro às 00: 45 H faltavam 30 minutos. Ajudou a transportar as suas malas. Despedimo-nos logo ali em frente à garagem no passeio do outro lado da rua com o sempre " nice meet you" and "good travel". Eles agradeceram a ajuda com um "thank you, very much" e para a receberem não precisaram de recorrer `a greve. Não lhes perguntei o nome, também não interessava. Estavam a estudar em Coimbra. Solidariedade, hoje nós , amanhã eles. Nós portugueses somos um povo solidário a Viajar no Porto em tempos de Greve Geral.
quarta-feira, 21 de março de 2012
O meu 1º Caminho Central Português de Santiago (10ªEtapa)
Que levante o dedo quem no Caminho não se enganou no trajecto ou perdeu alguma coisa. Não importa. Em contrapartida o que ganhou é incomensurável.
10ª Etapa, 22/07/2011, 9 : 00 H
Albergue de Teo*******»»»» Albergue SeminarioMenor*******
Hoje saí mais tarde do Albergue, fui o último, não tinha pressa nenhuma, dentro em breve ía regressar à realidade, aos jornais, à TV, à internet ao contacto com as coisas de sempre que me sufocam, que me inquietam, enganei-me no caminho nesta última etapa, talvez de propósito?
( a 1ª vista de Compostela )
as setas amarelas estavam a mudar de côr até parecia que alguém ,de propósito para me enganar, as pintara de azul, em todo o caso, por volta das 14 horas cheguei a Compostela. Sentei-me ou deite-me no lageado da Praça do Obradoiro sentia-me cansado e triste.
A bicicleta essa adormeceu comigo, e sonhei que : "... estava deitado em frente da fachada principal da Catedral, na sua escadaria peregrinos subiam, desciam, uns sentados outros de Pé, tiravam-se fotos, aos outros, a si, juntos com uma figura de Tiago ou peregrino com barbas, chapéu largo e cajado que está sempre junto á vieira pregada no solo, muita gente, jovens, menos jovens, estrangeiros, tugas, espanhóis, franceses, chinos, alemães, ingleses, bandeiras nos cajados, bicicletas juntas umas às outras, risos, abraços, choros, grupos de escuta, pés em chinelos, em sandálias, alguns descalços, com pés ligados, padres, angariadores de viagens de regresso, para aqui e acolá, muitos flyers anunciar serviços disto e daquilo, mas no meu sonho não apareciam os meus amigos de viajem e, porquê ? procurava-os no meio da multidão, a Sasja, o Rainer, a Breda, o Pavlev, a Gabriela, a Lisa, a Sofia, a Silvia, a Vir, a May, a Maria, os escuteiros, os polacos não os via, não estavam lá ter-se-iam perdido ? voltaram para trás ? ainda não chegaram ? Fiquei triste e preocupado que lhes teria acontecido ?.estava tão só, no fim do Caminho, a quem iria eu poder dar um abraço?"
Eis, quando, uma voz chama : mário....mário....acordei do meu sonho....
Era a Sasja,
tinha chegado mais cedo e já se acomodara falamos um pouco e combinamos jantar juntos no AlbergueSeminarioMenor.
Fui tratar do meu alojamento. A bicicleta ficaria na parte de fora junto de outras mas sem cadeado de segurança, perdera as chaves, não faria mal não tive medo que a roubassem.
Estas pessoas não são de roubo estão ali por bem. Eu também já não tinha medos, nem stress , a Fernanda vaticinara que os perderia ... quando passei por Vitorino de Piães.
Fui então à Catedral, não sei se como manda a tradição entrei pela Porta da Glória, mas do que ela diz de abraçar o Santo, ai isso sim e ABRAÇEI FORTE, vi o que tinha a ver, coloquei as mãos onde tinha que colocar e fui então à Oficina la Peregrinación S.A.M.I. Catedral de Santiago, reclamar o certificado do testemunho da minha peregrinação mediante a apresentação da minha Credencial do Camino de Santiago onde constava "Certificación de Paso" ; "Firmas Y Sellos" fàcilmente obtenho :
...."hoc sacratissimum templum pietatis causa devote visitasse
In quorum fidem praesentes litteras, sigillo ejusdem Sanctae Ecclesiae munitas, ei confero..."
..."Este é o templo mais sagrado da vossa devota visita
Em sua fé lhe confere, a presente carta, com o forte selo da Igreja do Santo ... "
É, então, que vagueando pelas ruelas envolventes à Catedral me deparam com o amigo Rainer, fantástico, as coisas estavam a compor-se fomos logo ao Supermercado Lorenzo Froiz, na calle/plaza Toural,2 muito perto da Catedral e comprámos para o nosso ( Eu, Rainer, Sasja e sua amiga Mia ) jantar no Seminário : "Aceitunas c/hueso y sin hueso,água Froiz 1,5 l,Atún Cortizo ac/vegetal claro 143 gr,Bolla Pan 500g "Santiago",chourizo Picante-dulce ARAU 125 gr, Limón , Mejillón grande 3,125 kg, Pan Barra 250g, Sardinilla 2 un, Vino Rioja Tempranillo 2 un " preço total 17,88 Eur.
Jantamos no magnifico refeitório do Albergue apinhado de peregrinos de várias nacionalidades, vi o Rainer pela última vez ..... sei que continua no Caminho por isso lhe desejo "Bueno Camiño".
10ª Etapa, 22/07/2011, 9 : 00 H
Albergue de Teo*******»»»» Albergue SeminarioMenor*******
Hoje saí mais tarde do Albergue, fui o último, não tinha pressa nenhuma, dentro em breve ía regressar à realidade, aos jornais, à TV, à internet ao contacto com as coisas de sempre que me sufocam, que me inquietam, enganei-me no caminho nesta última etapa, talvez de propósito?
( a 1ª vista de Compostela )
as setas amarelas estavam a mudar de côr até parecia que alguém ,de propósito para me enganar, as pintara de azul, em todo o caso, por volta das 14 horas cheguei a Compostela. Sentei-me ou deite-me no lageado da Praça do Obradoiro sentia-me cansado e triste.
A bicicleta essa adormeceu comigo, e sonhei que : "... estava deitado em frente da fachada principal da Catedral, na sua escadaria peregrinos subiam, desciam, uns sentados outros de Pé, tiravam-se fotos, aos outros, a si, juntos com uma figura de Tiago ou peregrino com barbas, chapéu largo e cajado que está sempre junto á vieira pregada no solo, muita gente, jovens, menos jovens, estrangeiros, tugas, espanhóis, franceses, chinos, alemães, ingleses, bandeiras nos cajados, bicicletas juntas umas às outras, risos, abraços, choros, grupos de escuta, pés em chinelos, em sandálias, alguns descalços, com pés ligados, padres, angariadores de viagens de regresso, para aqui e acolá, muitos flyers anunciar serviços disto e daquilo, mas no meu sonho não apareciam os meus amigos de viajem e, porquê ? procurava-os no meio da multidão, a Sasja, o Rainer, a Breda, o Pavlev, a Gabriela, a Lisa, a Sofia, a Silvia, a Vir, a May, a Maria, os escuteiros, os polacos não os via, não estavam lá ter-se-iam perdido ? voltaram para trás ? ainda não chegaram ? Fiquei triste e preocupado que lhes teria acontecido ?.estava tão só, no fim do Caminho, a quem iria eu poder dar um abraço?"
Eis, quando, uma voz chama : mário....mário....acordei do meu sonho....
Era a Sasja,
tinha chegado mais cedo e já se acomodara falamos um pouco e combinamos jantar juntos no AlbergueSeminarioMenor.
Fui tratar do meu alojamento. A bicicleta ficaria na parte de fora junto de outras mas sem cadeado de segurança, perdera as chaves, não faria mal não tive medo que a roubassem.
Estas pessoas não são de roubo estão ali por bem. Eu também já não tinha medos, nem stress , a Fernanda vaticinara que os perderia ... quando passei por Vitorino de Piães.
Fui então à Catedral, não sei se como manda a tradição entrei pela Porta da Glória, mas do que ela diz de abraçar o Santo, ai isso sim e ABRAÇEI FORTE, vi o que tinha a ver, coloquei as mãos onde tinha que colocar e fui então à Oficina la Peregrinación S.A.M.I. Catedral de Santiago, reclamar o certificado do testemunho da minha peregrinação mediante a apresentação da minha Credencial do Camino de Santiago onde constava "Certificación de Paso" ; "Firmas Y Sellos" fàcilmente obtenho :
...."hoc sacratissimum templum pietatis causa devote visitasse
In quorum fidem praesentes litteras, sigillo ejusdem Sanctae Ecclesiae munitas, ei confero..."
..."Este é o templo mais sagrado da vossa devota visita
Em sua fé lhe confere, a presente carta, com o forte selo da Igreja do Santo ... "
É, então, que vagueando pelas ruelas envolventes à Catedral me deparam com o amigo Rainer, fantástico, as coisas estavam a compor-se fomos logo ao Supermercado Lorenzo Froiz, na calle/plaza Toural,2 muito perto da Catedral e comprámos para o nosso ( Eu, Rainer, Sasja e sua amiga Mia ) jantar no Seminário : "Aceitunas c/hueso y sin hueso,água Froiz 1,5 l,Atún Cortizo ac/vegetal claro 143 gr,Bolla Pan 500g "Santiago",chourizo Picante-dulce ARAU 125 gr, Limón , Mejillón grande 3,125 kg, Pan Barra 250g, Sardinilla 2 un, Vino Rioja Tempranillo 2 un " preço total 17,88 Eur.
Jantamos no magnifico refeitório do Albergue apinhado de peregrinos de várias nacionalidades, vi o Rainer pela última vez ..... sei que continua no Caminho por isso lhe desejo "Bueno Camiño".
terça-feira, 20 de março de 2012
GUINÉ-bissau : A PISTA RURAL GABÚ - SONACO ( a música)
Memórias remotas da minha passagem pela obra de Melhoramento da Pista Rural Gabú-Sonaco-Pirada.
De acordo com a minha disponibilidade irei recordar alguns momentos vividos...
Ano : 1990
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
Fim da tarde, dirijo-me para o recinto de jogos vou ver actuação do Justino Delgado talvez cante o "Kasamenti Di Aos" ou outras músicas dos futuros CDs Toroco, Djerason Nobu, Tetete .
Nota-se uma euforia nas ruas, muita gente a ir para lá.
As bancadas em degraus de cimento começam a encher de gente. No meio do ringue, o cantor, com um grande chapéu preto que quase lhe cobre a cara, ensaia alguns acordes de guitarra eléctrica ligada a 2 colunas, traz um acompanhante para a batida.
Canta uma, duas várias canções. O público gosta aplaude e canta. De vez em quando um, dois, três ou mais rapazes e raparigas descem a bancada e dirigem-se dançando ao encontro do artista, junto a ele no chão o chapéu que trouxera serve agora para receber as moedas que os espectadores iam oferecendo. Também saí do meu lugar, fui lá baixo, colocar algum dinheiro, mas não fui em passo de dança, só achava que o show que estava a ouvir de alguma maneira deveria ter preço de bilhete.
Ao intervalo o instrutor de educação física da Policia local convidou-me para me sentar à sua beira.
Ele encontrava-se na parte da bancada destinada às autoridades locais. Ficava junto ao bar. Fomos até lá matar a sede com uma bebida não alcoólica. As alcoólicas não se vendiam pelo menos em público. Falamos sobre o " Puto" e sobre a história de Portugal que parecia conhecer bem.
2. A DISCO : "BALAFOND"
A febre do sábado à noite era frequentar a discoteca "Balafond". Tratava-se de um barracão em chapa zincada, paredes e tectos. Lá dentro, no tecto uma pinha onde o Dj (discos vinil) fazia incidir as luzes psicadélicas, os sanitários num dos topos para H e S onde apenas entrava um de cada vez, portanto com fila de espera, as bebidas especialmente Coca-cola e cerveja de lata Heinecker eram servidas à temperatura ambiente (quentes), por volta das 3 horas da manhã a disco enchia por completo, ritmo frenético, corpos suados, novos e velhos, tudo dançava e a boa disposição era geral. Era seguro estar aqui não fosse o calor sufocante. Mostrando-se o bilhete ao segurança da porta, poder-se-ia sair para respirar e fumar um cigarro mais tranquilamente. Da parte de fora, ao redor da disco muitos jovens menos afortunados, viam quem entrava ou saía e curtia a música perfeitamente. Embora longe, naquele local passava a música top nas discotecas da Europa !!!
O preço para 2 pessoas era 500 Pesos. Um maço de cigarros 250 Pesos. Não admirava que embora a discoteca ficasse apinhada, principalmente com camionistas, a fronteira com Senegal e Guiné Conacri não era longe, na parte de fora havia sempre mais jovens.
De acordo com a minha disponibilidade irei recordar alguns momentos vividos...
Ano : 1990
Período : Maio a Agosto
Local : Gabú
- JUSTINO DELGADO : "KASAMENTI DI AOS"
Fim da tarde, dirijo-me para o recinto de jogos vou ver actuação do Justino Delgado talvez cante o "Kasamenti Di Aos" ou outras músicas dos futuros CDs Toroco, Djerason Nobu, Tetete .
Nota-se uma euforia nas ruas, muita gente a ir para lá.
As bancadas em degraus de cimento começam a encher de gente. No meio do ringue, o cantor, com um grande chapéu preto que quase lhe cobre a cara, ensaia alguns acordes de guitarra eléctrica ligada a 2 colunas, traz um acompanhante para a batida.
Canta uma, duas várias canções. O público gosta aplaude e canta. De vez em quando um, dois, três ou mais rapazes e raparigas descem a bancada e dirigem-se dançando ao encontro do artista, junto a ele no chão o chapéu que trouxera serve agora para receber as moedas que os espectadores iam oferecendo. Também saí do meu lugar, fui lá baixo, colocar algum dinheiro, mas não fui em passo de dança, só achava que o show que estava a ouvir de alguma maneira deveria ter preço de bilhete.
Ao intervalo o instrutor de educação física da Policia local convidou-me para me sentar à sua beira.
Ele encontrava-se na parte da bancada destinada às autoridades locais. Ficava junto ao bar. Fomos até lá matar a sede com uma bebida não alcoólica. As alcoólicas não se vendiam pelo menos em público. Falamos sobre o " Puto" e sobre a história de Portugal que parecia conhecer bem.
2. A DISCO : "BALAFOND"
A febre do sábado à noite era frequentar a discoteca "Balafond". Tratava-se de um barracão em chapa zincada, paredes e tectos. Lá dentro, no tecto uma pinha onde o Dj (discos vinil) fazia incidir as luzes psicadélicas, os sanitários num dos topos para H e S onde apenas entrava um de cada vez, portanto com fila de espera, as bebidas especialmente Coca-cola e cerveja de lata Heinecker eram servidas à temperatura ambiente (quentes), por volta das 3 horas da manhã a disco enchia por completo, ritmo frenético, corpos suados, novos e velhos, tudo dançava e a boa disposição era geral. Era seguro estar aqui não fosse o calor sufocante. Mostrando-se o bilhete ao segurança da porta, poder-se-ia sair para respirar e fumar um cigarro mais tranquilamente. Da parte de fora, ao redor da disco muitos jovens menos afortunados, viam quem entrava ou saía e curtia a música perfeitamente. Embora longe, naquele local passava a música top nas discotecas da Europa !!!
O preço para 2 pessoas era 500 Pesos. Um maço de cigarros 250 Pesos. Não admirava que embora a discoteca ficasse apinhada, principalmente com camionistas, a fronteira com Senegal e Guiné Conacri não era longe, na parte de fora havia sempre mais jovens.
O meu 1º Caminho Central Português de Santiago (9ªEtapa)
Depois do jantar deixámo-nos estar à conversa até que alguém pediu para falarmos mais baixo.
9ª Etapa, 21/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Valga******»»»» Albergue de Teo*******
Penúltima etapa, pelo caminho sentimos o apoio da preteccion civil de valga que no seu jeep e seus voluntários vão zelando por nós. O pequeno almoço foi tomado em Padrón com sasja, os pimientos já estavam comprados, o loureiro era colhido nas bermas dos trilhos, sempre a pensar na refeição da noite, a legião Polaca havia seguido por outro caminho (em Padrón há uma seta que não é amarela a indicar o caminho via o mosteiro) nós continuamos e já começavamos a ter saudades deste caminho, já pressentíamos o fim.
Por fim, lá no fundo o Albergue de Teo, surpresa não está ninguém para tratar do registo de entrada e permanência, que confiança no Peregrino! Escolhi a cama na Camarata, tomei um duche, lavei roupa e pus a secar. Fui ao bar mais próximo, era hora da cerveja, encontrei sasja à conversa com um casal americano, da califórnia, combinamos jantar juntos. Fui comprar ao minimercado mais perto o necessário para um esparguete com frango à nossa moda. Excelente e que gostoso que ficou ! enquanto cozinhava dizia uma chica espanhola " Que buena pinta que tem".
"Claro"! esta foi a palavra portuguesa mais adoptada pelos meus amigos estrangeiros, que sempre a repetiam quando sugeria alguma coisa. No fim do jantar que teve uma entrada de "pimientos padron" repartidos com o chefe dos escuteiros de Braga, a senhora americana repartiu connosco chocolate. Ela estava grávida e fazia o percurso a pé ! Gente boa.
Em Teo, o responsável é um Señor Maior, jubilado, que trata da cobrança, registo e manutenção, do espaço, de uma simpatia monumental, a quem chega atrasado, como aconteceu, até na cozinha podes ficar, mas nunca na rua. Como sempre fiz, aqui também, dei a máxima atenção ao livro do peregrino, leio e releio as mensagens daqueles que me antecederam. Quem me dera escrever e relatar tão bem as emoções do Caminho como as denunciadas e em livro deixadas. Não me importei, também escrevi e fui mais um peregrino a passar e a registar em Teo a minha passagem a Caminho de Santiago.
Depois do jantar deixámo-nos estar à conversa até que alguém pediu para falarmos mais baixo.
Apagámos a luz e fomo-nos deitar.
9ª Etapa, 21/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Valga******»»»» Albergue de Teo*******
Penúltima etapa, pelo caminho sentimos o apoio da preteccion civil de valga que no seu jeep e seus voluntários vão zelando por nós. O pequeno almoço foi tomado em Padrón com sasja, os pimientos já estavam comprados, o loureiro era colhido nas bermas dos trilhos, sempre a pensar na refeição da noite, a legião Polaca havia seguido por outro caminho (em Padrón há uma seta que não é amarela a indicar o caminho via o mosteiro) nós continuamos e já começavamos a ter saudades deste caminho, já pressentíamos o fim.
Por fim, lá no fundo o Albergue de Teo, surpresa não está ninguém para tratar do registo de entrada e permanência, que confiança no Peregrino! Escolhi a cama na Camarata, tomei um duche, lavei roupa e pus a secar. Fui ao bar mais próximo, era hora da cerveja, encontrei sasja à conversa com um casal americano, da califórnia, combinamos jantar juntos. Fui comprar ao minimercado mais perto o necessário para um esparguete com frango à nossa moda. Excelente e que gostoso que ficou ! enquanto cozinhava dizia uma chica espanhola " Que buena pinta que tem".
"Claro"! esta foi a palavra portuguesa mais adoptada pelos meus amigos estrangeiros, que sempre a repetiam quando sugeria alguma coisa. No fim do jantar que teve uma entrada de "pimientos padron" repartidos com o chefe dos escuteiros de Braga, a senhora americana repartiu connosco chocolate. Ela estava grávida e fazia o percurso a pé ! Gente boa.
Em Teo, o responsável é um Señor Maior, jubilado, que trata da cobrança, registo e manutenção, do espaço, de uma simpatia monumental, a quem chega atrasado, como aconteceu, até na cozinha podes ficar, mas nunca na rua. Como sempre fiz, aqui também, dei a máxima atenção ao livro do peregrino, leio e releio as mensagens daqueles que me antecederam. Quem me dera escrever e relatar tão bem as emoções do Caminho como as denunciadas e em livro deixadas. Não me importei, também escrevi e fui mais um peregrino a passar e a registar em Teo a minha passagem a Caminho de Santiago.
Depois do jantar deixámo-nos estar à conversa até que alguém pediu para falarmos mais baixo.
Apagámos a luz e fomo-nos deitar.
segunda-feira, 19 de março de 2012
O meu 1º Caminho Central Português de Santiago (8ªEtapa)
Como podia tanta pureza pedir ajuda a um impuro?
8ª Etapa, 20/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Briallos - Portas***** »»»» Albergue de Valga******
A beleza paisagística do caminho continua a surpreender , passo em Caldas de Reyes, por volta do 1/2 dia, peregrinos aguardam pela abertura do Albergue desta localidade, decido continuar, há sempre gente no caminho, uns já conhecidos outros não. Muitos jovens se vêem por aqui. Encontro um grupo de Sevilha. Paro a falar com eles, uma jovem aproxima-se, vou saber que se chama Maria e que é a catequista de alguns deles. Pergunta-me, também, de onde sou e como me chamo e dispara : " Mário, quando chegares a Compostela reza ao Santo por nosotros". Emocionei-me. Como podia tanta pureza pedir ajuda a um impuro?
O grupo de escuteiros de Braga constituído por rapazes e raparigas também por aqui anda, prestando obediência à Lei do Escuta :
Prometo, pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por:
Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria;
Auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias;
Tinha combinado com Sasja, pernoitar no Albergue de Padrón. Rainer tinha arrancado mais cedo de Briallos, pois tinha uma certa pressa em chegar a Compostela, desejava antecipar num dia a sua chegada.
Acontece que depois de ter feito, muito técnica para bicicleta, uma íngreme descida no monte até à Ponte de Valga e quando estava à conversa com duas francesas eis que recebo uma chamada da sasja a dizer que já estava no Albergue de Valga, muito acolhedor e tal e tal. Prontificou-se a vir ao meu encontro para ajudar a carregar a mochila , no meu voltar atrás. Íamos fazer juntos a viagem até final.
Neste dia o Albergue de Valga ficou ocupado por 4 peregrinos. Um Português, Uma dinamarquesa e duas Espanholas de Sevilha : Virgínia Bouza e M Angeles Rivera ( Vir e May ).
Ao jantar compartimos comida e emoções . E o meu Caminho mais docemente compartido.
8ª Etapa, 20/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Briallos - Portas***** »»»» Albergue de Valga******
A beleza paisagística do caminho continua a surpreender , passo em Caldas de Reyes, por volta do 1/2 dia, peregrinos aguardam pela abertura do Albergue desta localidade, decido continuar, há sempre gente no caminho, uns já conhecidos outros não. Muitos jovens se vêem por aqui. Encontro um grupo de Sevilha. Paro a falar com eles, uma jovem aproxima-se, vou saber que se chama Maria e que é a catequista de alguns deles. Pergunta-me, também, de onde sou e como me chamo e dispara : " Mário, quando chegares a Compostela reza ao Santo por nosotros". Emocionei-me. Como podia tanta pureza pedir ajuda a um impuro?
O grupo de escuteiros de Braga constituído por rapazes e raparigas também por aqui anda, prestando obediência à Lei do Escuta :
Prometo, pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por:
Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria;
Auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias;
Tinha combinado com Sasja, pernoitar no Albergue de Padrón. Rainer tinha arrancado mais cedo de Briallos, pois tinha uma certa pressa em chegar a Compostela, desejava antecipar num dia a sua chegada.
Acontece que depois de ter feito, muito técnica para bicicleta, uma íngreme descida no monte até à Ponte de Valga e quando estava à conversa com duas francesas eis que recebo uma chamada da sasja a dizer que já estava no Albergue de Valga, muito acolhedor e tal e tal. Prontificou-se a vir ao meu encontro para ajudar a carregar a mochila , no meu voltar atrás. Íamos fazer juntos a viagem até final.
Neste dia o Albergue de Valga ficou ocupado por 4 peregrinos. Um Português, Uma dinamarquesa e duas Espanholas de Sevilha : Virgínia Bouza e M Angeles Rivera ( Vir e May ).
Ao jantar compartimos comida e emoções . E o meu Caminho mais docemente compartido.
"No nos
atrevemos a muchas cosas porque son difíciles, pero son difíciles porque no nos
atrevemos a hacerlas"
Lucio Anneo
Séneca
O meu 1º Caminho Central Português de Santiago (7ªEtapa)
Nunca seria capaz de deixar ficar para trás os meus amigos e comer sózinho a sua comida.
7ª Etapa, 19/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Mos***** »»»» Albergue de Brialhos*****
Tinha combinado com o Rainer e a Sasja ficarmos nessa noite em Pontevedra. No entanto quando chegamos lá, por volta das 3 horas da tarde, o aglomerado de Peregrinos era enorme e já não havia lugares vagos no Albergue que pretendíamos.
Caso quiséssemos, teríamos que pernoitar no Pavilhão Gimnodesportivo de apoio aos Peregrinos . Ainda era cedo e decidimos partir para o albergue seguinte. Como ía de bicicleta e o próximo Albergue ficava num sitio isolado compramos aqui comida que eu transportaria para a ceia.
Pelo caminho andei, andei, parava e olhava para trás, para os lados e nada, nem sinal dos meus amigos.Será que me tinha enganado no caminho ? Cruzei-me com um casal brasileiro, de S.Paulo, vinham a pedalar há 17 dias, feito o Caminho Francês iam para sul para Fátima. Bom Caminho.
Dei comigo à porta do Albergue de Brialhos. Porta fechada. Uma indicação no vidro " chamar ao nrº xxxxxx, da protecção civil". Liguei. "Uested aguarde um pouco". Esperei e nada. Volto a ligar. "Agora não posso mas vou mandar aí uma señora" . Estava-se a fazer tarde. A senhora chegou. Contei-lhe que me tinha separado dos meus amigos e que tinha comigo a minha e a comida deles. Recebi dela um incentivo para que fosse atrás à procura deles. Assim fiz, pelo caminho encontrei um "Paco" que andava por ali com os filhos a dar umas voltas de bicicleta, perguntei-lhe se havia por ali mais algum albergue, disse-me que sim mas ainda ficava "lejos".
Contei-lhe a minha história e quanto me preocupava não saber dos meus companheiros.
Foi, então que Paco "hablou" : Não há problema. Tu esperas aqui que eu me vou a casa com os meus "hijos".Volverei com o meu coche e vamos ao Albergue mais cerca a ver se eles estão lá. Esperei ,começava a escurecer, parecia que o tempo parara, o homem nunca mais aparecia. Por fim vem "Paco", fomos ao sítio que só ele conhecia. Andou, virou ali, subiu acolá e atrás duma cortina de altos pinheiros , num sítio mal sinalizado que ao passar de bicicleta horas antes eu não me apercebera eis uma construção, quase abandonada.
Espreitei a uma janela. Lá em baixo, no chão de cimento, embrulhados nos seus sacos cama os meus companheiros, já dormiam para enganar a fome e o abandono do companheiro da bicicleta. Quando me viram correram para mim beijaram me e abraçaram. O "Paco" como um bom pastor mandou-nos a todos, mais a bicicleta, entrar para dentro do carro.Passou por seu "hogar" para recolher 2 Botellas de viño verde branco. Deixou-nos no esplêndido Albergue de Briallos só para os 3.
"Observa tus pensamientos, se convertirán en tus palabras. Observa tus palabras, se convertirán en tus acciones. Observa tus acciones, se convertirán en tus hábitos. Observa tus hábitos, se convertirán en tu carácter. Observa tu carácter. se convertirá en tu destino"
Mahatma Gandhi
7ª Etapa, 19/07/2011, 8 : 00 H
Albergue de Mos***** »»»» Albergue de Brialhos*****
Tinha combinado com o Rainer e a Sasja ficarmos nessa noite em Pontevedra. No entanto quando chegamos lá, por volta das 3 horas da tarde, o aglomerado de Peregrinos era enorme e já não havia lugares vagos no Albergue que pretendíamos.
Caso quiséssemos, teríamos que pernoitar no Pavilhão Gimnodesportivo de apoio aos Peregrinos . Ainda era cedo e decidimos partir para o albergue seguinte. Como ía de bicicleta e o próximo Albergue ficava num sitio isolado compramos aqui comida que eu transportaria para a ceia.
Pelo caminho andei, andei, parava e olhava para trás, para os lados e nada, nem sinal dos meus amigos.Será que me tinha enganado no caminho ? Cruzei-me com um casal brasileiro, de S.Paulo, vinham a pedalar há 17 dias, feito o Caminho Francês iam para sul para Fátima. Bom Caminho.
Dei comigo à porta do Albergue de Brialhos. Porta fechada. Uma indicação no vidro " chamar ao nrº xxxxxx, da protecção civil". Liguei. "Uested aguarde um pouco". Esperei e nada. Volto a ligar. "Agora não posso mas vou mandar aí uma señora" . Estava-se a fazer tarde. A senhora chegou. Contei-lhe que me tinha separado dos meus amigos e que tinha comigo a minha e a comida deles. Recebi dela um incentivo para que fosse atrás à procura deles. Assim fiz, pelo caminho encontrei um "Paco" que andava por ali com os filhos a dar umas voltas de bicicleta, perguntei-lhe se havia por ali mais algum albergue, disse-me que sim mas ainda ficava "lejos".
Contei-lhe a minha história e quanto me preocupava não saber dos meus companheiros.
Foi, então que Paco "hablou" : Não há problema. Tu esperas aqui que eu me vou a casa com os meus "hijos".Volverei com o meu coche e vamos ao Albergue mais cerca a ver se eles estão lá. Esperei ,começava a escurecer, parecia que o tempo parara, o homem nunca mais aparecia. Por fim vem "Paco", fomos ao sítio que só ele conhecia. Andou, virou ali, subiu acolá e atrás duma cortina de altos pinheiros , num sítio mal sinalizado que ao passar de bicicleta horas antes eu não me apercebera eis uma construção, quase abandonada.
Espreitei a uma janela. Lá em baixo, no chão de cimento, embrulhados nos seus sacos cama os meus companheiros, já dormiam para enganar a fome e o abandono do companheiro da bicicleta. Quando me viram correram para mim beijaram me e abraçaram. O "Paco" como um bom pastor mandou-nos a todos, mais a bicicleta, entrar para dentro do carro.Passou por seu "hogar" para recolher 2 Botellas de viño verde branco. Deixou-nos no esplêndido Albergue de Briallos só para os 3.
"Observa tus pensamientos, se convertirán en tus palabras. Observa tus palabras, se convertirán en tus acciones. Observa tus acciones, se convertirán en tus hábitos. Observa tus hábitos, se convertirán en tu carácter. Observa tu carácter. se convertirá en tu destino"
Mahatma Gandhi
Subscrever:
Mensagens (Atom)